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domingo, 12 de julho de 2009

A PRECIOSIDADE QUE É O TEMPO

À medida que a gente vive é possível perceber a preciosidade que é o tempo. Esse tempo de vida, esse tempo que faz a vida. Não é fácil falar dele, porém, necessário se faz, pelo menos, pensar nele. Administrar o tempo não é uma questão de ficar contando os minutos dedicados a cada atividade. É uma questão de saber definir prioridades. E, hoje, numa sociedade complexa como esta em que se vive, NUNCA se tem tempo para fazer as coisas que precisam ser feitas. Então, administrar o tempo é ter clareza sobre aquilo que é prioritário, aquilo que é mais prioritário. E como fazer com esse tempo para se ter tempo para tudo que desejamos fazer?

O tempo não espera, a gente é que espera e olha ele passar por nós. Logo, se corremos no tempo, é fundamental priorizar tudo quanto se almeja fazer nele. Como distribuir esse tempo sem perder o tempo do tempo? Cada pessoa tem um mundo particular que precisa combinar com o mundo global, social em que vivem outras pessoas. E o problema maior dessas questões ligadas ao tempo surge, exatamente, quando consideramos importantes, mas não urgentes, as coisas que são urgentes, mas às quais damos pouca importância.

Imagine o leitor, primeiro lugar, que o mais importante da vida é o trabalho. Então, se o trabalho é mais importante, o problema do tempo está resolvido: a pessoa trabalha, mesmo que isso prejudique a convivência familiar. As conseqüências dessa escolha o tempo logo vai mostrar e a pessoa deve estar ciente da opção que fez. Ainda, a pessoa deve ter condições de reflexão. Tempo útil e tempo inútil são tempos diferentes, mas consomem tempo e vida.

Depois, imagine-se que o trabalho não é o mais importante. A importância maior está na família. Aí a pessoa dedica o tempo à família. As conseqüências logo virão: falta dinheiro para prover essa família. Agora, se o trabalho não é o mais importante, com certeza é urgente, pois sem ele não há como sustentar a família. Aqui começa o conflito entre o importante e o urgente. Também, o conflito entre aquilo que se gosta de fazer e aquilo que lhe é imposto. Quando se aceita um emprego, a pessoa está, na realidade, se comprometendo a ceder a outrem parte de seu tempo. Este é um problema real e de solução difícil: não somos donos de boa parte de nosso tempo.

Vê-se, de imediato, que administrar o tempo é ganhar autonomia sobre a vida. É essa uma batalha constante, que tem que ser ganha todo dia. Se a pessoa deseja ter a autonomia de decidir como empregar seu tempo, deve ter a sabedoria de dividi-lo, reparti-lo de forma a não sofrer conseqüências. Por isso, talvez, o tempo é distribuído, entre as pessoas, de forma bem mais democrática que muitos dos outros recursos de que nós dependemos. Todos os dias cada pessoa recebe exatamente 24 horas, nem mais, nem menos. Rico não recebe mais do que um pobre, professor universitário não recebe mais do que analfabeto, executivo não recebe mais do que operário.

Entretanto, apesar da democracia do tempo, algumas pessoas conseguem realizar uma grande quantidade de coisas num dia - outros, ao final do dia, têm o sentimento de que o dia acabou e não fizeram nada. A diferença é que os primeiros percebem que o tempo, apesar de democraticamente distribuído, é um recurso altamente perecível. Um dia perdido hoje -- perdido no sentido de que não realizei nele o que precisaria ou desejaria realizar -- não é recuperado depois: é perdido para sempre. Quando o nosso tempo termina, acaba a nossa vida. Não há maneira de obter mais. Por isso, tempo é vida. Quem administra o tempo ganha vida, mesmo vivendo o mesmo tempo. Prolongar a duração de nossa vida não é algo sobre o qual tenhamos muito controle.

Concluindo, por agora, diz-se haver os que afirmam, hoje, que o recurso mais escasso na nossa sociedade não é dinheiro, não são matérias primas, não é energia, não é nem mesmo inteligência: é tempo. Mas tempo se ganha, ou se faz, deixando de fazer coisas que não são nem importantes nem urgentes e sabendo priorizar aquelas que são importantes e/ou urgentes. Há muitas pessoas que estão o tempo todo ocupadas exatamente porque são improdutivas - não sabem onde concentrar seus esforços e, por isso, ciscam aqui, ciscam ali, mas nunca produzem nada. Ser produtivo é, em primeiro lugar, saber administrar o tempo, ter sentido de direção, saber aonde se vai. Administrar o tempo, em última instância, é planejar estrategicamente a vida.

DICAS DE GRAMÁTICA
Ao fim e ao cabo, quando usá-los?
- Usá-los segundo o sentido. Ao final quer dizer "afinal, depois de tudo".
Ao cabo, significa término, fim, limite. Assim, usa-se "ao cabo" junto com "ao fim" apenas como um reforço, para enfatizar que é bem no fim mesmo!
Câmera ou câmara?
- Tudo pode ser câmara: assembléia, junta, conselho, recinto, compartimento, máquina de filmar e de fotografar, o cinegrafista, etc. No grego e no latim a palavra é escrita com A. Acontece que na área de cinema, fotografia e TV, por influência talvez do inglês, idioma em que diz "camera, cameraman", costuma-se usar também a grafia câmera.

Qual a diferença entre as palavras darmos e dar-mos?
- DARMOS se escreve junto e se refere ao verbo "dar" na 1ª pessoa do plural do infinitivo (flexionado), com a desinência "mos": Disse para (nós) darmos nossa opinião. Convém falarmos baixo. Para acertarmos as contas, precisamos nos reunir.
- DAR-NOS – com N, se refere ao pronome oblíquo NOS, que quando vem depois do verbo (ênclise) se separa com hífen. Exemplos: Ela já comprou o presente que quer dar-nos no Natal. [dar-nos = nos dar] Ele vem falar-nos sobre deveres e direitos. [ou: vem nos falar] Pelo jogo, nossos adversários devem acertar-nos somente nas pernas.






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A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.