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domingo, 6 de dezembro de 2009

O PODER DAS PALAVRAS

Vive-se em um mundo cercado de palavras. Muita gente julga que as palavras não têm poder, mas, em verdade, elas direcionam a vida de toda gente. Isso porque tudo quanto existe no mundo é nomeado pela força das palavras. É pelas palavras que fazemos as pessoas felizes, fazemos sofrer, trazemos satisfação, magoamos, acariciamos, alegramos, damos prazer , consolamos, geramos raiva, incutimos o medo, produzimos pensadores e pensamentos, inibimos o surgimento de novas idéias, tolhemos a criação de um momento, tornamos sensíveis os olhares, e uma infinidade de outras coisas.

Vê-se, então, que as palavras sempre são poderosas, não resta dúvida quanto a isso. Elas são a íntima conexão com o viver e a vida. De uma forma geral, as pessoas são descuidadas com o uso das palavras. Entretanto, a maioria das coisas que se consegue nessa vida -- uma amizade, um desafeto, uma demissão, uma promoção, um emprego, uma simpatia, uma antipatia, etc – resulta de palavras pronunciadas. Uma palavra otimista, positiva, confiante, generosa, compreensiva, amorosa pode mudar completamente a tendência de um ambiente tenso, depressivo. Também é possível mudar um quadro pessimista em um otimista, tudo por meio das palavras.

Há pessoas que se orgulham por não terem "papas na língua". Confundem sinceridade com grosseria. Vivem ferindo as pessoas e não estão nem aí com o que provocam. Contudo, não conseguem compreender porque encontram tantas resistências, tantas provocações e tantos dissabores. Embora o ditado popular que diz "quem semeia vento, colhe tempestade" sirva para mostrar a ligação que há entre causa e efeito, muitos, através de suas próprias bocas, continuam semeando discórdia, mas teimam em não perceber a origem daquilo que colhem. Também a sabedoria popular ilustra bem este comportamento inconseqüente no ditado: "quem fala o que quer, escuta o que não quer".
Uma palavra pode marcar alguém para o resto da vida. A criança, por conta de sua sensibilidade, é mais suscetível às palavras. Uma palavra dita para uma criança pode determinar o seu futuro. É muito comum, por ignorância, os pais dizerem: "esta menina é um desastre; este menino é muito burro". Dessa forma, o subconsciente, ao determinar algo como verdadeiro, cria leis mentais que tentarão se cumprir. Ou seja, a responsabilidade que cada pessoa tem com o uso das palavras é imensa, colossal. Tanto, através delas, se constroem vida, como se afetam vidas alheias.

Sabe-se que as guerras são deflagradas por conta de palavras, porém, a humanidade teima em não perceber o poder (de destruição e união) que existe no seu uso. Com palavras de amor e compreensão um ser humano excepcional foi capaz de revolucionar o mundo. Jesus não utilizou outra coisa para transformar a humanidade senão palavras que, até hoje, continuam vivas e atuais.

Afinal, é bom pensar e nunca esquecer a força das palavras. Na força negativa e positiva. Sim, as palavras podem libertar e oprimir, alegrar e entristecer, fazer viver e fazer morrer, aliviar e angustiar, rir e chorar, incentivar e esmorecer, amar e odiar e assim tantas coisas mais. Além do conteúdo das palavras, existe a forma de como elas são ditas.

Uma palavra confere o nome ao filho que nasce e ao navio ou avião que transportará vidas ou armas. “Vá”, “Venha”, “Fique”, “Eu vou”, “Eu não sei”, “Eu quero, mas não posso”, “Eu não sou capaz”, “Sim, eu mereço”. As palavras têm o poder de dizer a vida. Elas são porta-vozes do mundo. Por isso merecem ser cuidadas, zeladas.

Termino o texto convidando-os, aqueles que lêm Letras & Letras, a utilizarem as palavras, elas pertencem a cada pessoa enquanto quiserem usá-las. Não deixem para depois o que podem fazer agora. Peçam desculpas, amem, jurem, confiem, falem com doçura, digam verdades, sejam gentis, abençoados, sejam felizes. Iniciem o 2010 falando com o coração de Amor.

sábado, 5 de dezembro de 2009

A EDUCAÇÃO ONTEM E HOJE

Mais do que nunca, a educação está hoje em debate, no Brasil e em todo do mundo. Não há sociedade humana sem educação. E nós, seres humanos, possuímos uma herança cultural que precisa ser constantemente transmitida por mecanismos culturais. As crianças são "educadas" aprendendo com os adultos o que as gerações acumularam de conhecimentos e tecnologia, hábitos e atitudes, valores e crenças necessárias à vida em sociedade. Afinal, em que consiste a educação?
A educação consiste na formação do espírito isento de todo dogmatismo, visando capacitar a pessoa humana a elevar-se acima da corrente dos acontecimentos, ao invés de arrastar-se por eles. O ato de ensinar e de aprender sempre esteve intimamente ligado a concepção de mundo e de homem que as civilizações apresentaram. E, no decorrer da história, a educação escolar sempre esteve atrelada a duas instituições: ao governo e a igreja. Desse modo, a instituição escolar concorreu e auxiliou, a seu modo, para a perpetuação e desigualdade entre as pessoas, tanto quanto qualquer outra agência humana que tivesse o poder baseado na casta, na classe social ou no nível sócio-econômico dos indivíduos.
Sabem-se, segundo dados históricos, que a educação institucionalizada nem sempre teve um fio democrático como nos dias de hoje. Foi a partir de 4.000 A.C., com o advento da escrita e o fim da Pré-História, que surgiu a sociedade de classes. A partir de então, a educação passou a ser uma atividade isolada das demais, da pesca, da agricultura, da religião. Surgiu a profissão de professor que, até o século IV, D.C., era praticada por escravos.
Assim, a educação escolar, como nós a conhecemos na atualidade, é uma invenção muito recente. A escola de hoje começou na Grécia antiga, na Roma Imperial. Na Grécia antiga a educação era modelar, centrada na figura do herói, nos poemas épicos tais como Ilíada e Odisséia. Durante séculos, a educação literária tradicional, centrou-se na memorização e no canto acompanhado da lira, transmitindo às crianças e aos adolescentes gregos o ideal de vida e o modelo de conduta de Aquiles, Ulisses e Telêmaco, entre outros. Nessa sociedade, o homem deveria responder pelas atividades do mundo exterior, da vida pública, enquanto a mulher - esposa legítima - a vida deveria ser vivida no interior da casa, praticando atividades ligadas à manutenção e a procriação dos filhos, de bens e de tecidos, o gerenciamento dos escravos, o preparo de alimentos e a guarda dos tesouros familiares.
Na civilização espartana o homem era o resultado do cultivo permanente do corpo. Deveria ser forte, desenvolvido e eficaz em todas as suas ações. O processo de educação formal em Esparta era totalmente definido pelo Estado. Esta soberania era exercida tanto nas crianças quanto nos adultos. Ali, no entanto, os alunos eram educados para a vida militar. Nessa época, a educação era para meninos. As meninas aprendiam em casa.
Na Roma Antiga, durante séculos, a educação foi puramente doméstica. Pobre, preparava os filhos para o trabalho. Rico, ensinava aos seus descendentes a leitura, o cálculo, as leis das Doze Tábuas, que todo romano devia conhecer, além dos exercícios físicos e manejo das armas. Às vezes, eram acrescentadas noções de geografia, astronomia e de agrimensura. A educação terminava aos 16 anos, trocando então o jovem, a túnica com uma franja colorida (toga pretexta) por outra completamente branca (toga virilis). A educação tinha um caráter religioso e moral.
Na Idade Média, com a importância da Igreja e o poder dos ricos, a imagem do ensino é a de um monge trancado na biblioteca copiando um livro. Todo o saber dependia da cópia do livro. Esse cenário muda com a queda de Constantinopla, a descoberta das Américas e a invenção da imprensa no final do século XV, quando o mundo entrou na chamada "Galáxia de Gutenberg. A importância de um livro aumentou bastante. Com a imprensa, os textos que antes eram copiados, passaram a ser impressos. Começou a comercialização de livros. Muitos pensadores, como Erasmo de Roterdam, por exemplo, começam a pensar em uma mudança na ótica da cultura, o humanismo do Renascimento. O sagrado passou a ser considerado o ser humano. Até então, o mundo, a vida eterna e a Igreja eram o centro do universo.
Com a disseminação da Bíblia, no século XVI, surgiram militantes religiosos como Martinho Lutero, que disseminou novas expressões do pensamento cristão. Em 1534, a Igreja Católica promoveu o Concílio de Trento e a Reforma Católica, e criou uma relação de livros proibidos. Recriou-se a Inquisição, com a perseguição dos hereges. A Igreja Católica criou a Companhia de Jesus, que foi fundada por Inácio de Loyola, com o objetivo da catequização.
Com a catequese, os jesuítas chegam ao Brasil e, com eles, a educação aqui teve seu início. Desde o princípio, o padre José de Anchieta ensinou aos índios o latim e o português, e aprendeu com eles a língua tupi a tal ponto que foi capaz de escrever a primeira Gramática da língua tupi. Ele desenvolveu um método de ensino que aliava o teatro à educação. Foi o criador, no Brasil, do teatro educativo. As aulas eram verdadeiras peças de teatro. Cada personagem falava em uma língua: se era um santo, falava latim; se era português, português; se era índio, tupi. A partir de então a educação escolar ganhou nova forma e o Brasil viveu variadas fases educacionais. Todavia, nenhuma delas foi capaz de romper com as desigualdades sociais.
A educação no século XXI necessita de uma visão clara e desafiadora da cultura, onde estão inseridos os educadores e educandos. Querendo-se ou não, é por esta relação que se constitui a essência da ação pedagógica: ensinar a saber e a ser. Assim, a educação pode ser reformulada, voltada para o ser humano, não para os interesses econômicos – a chamada “educação do opressor”. Onde surgem interesses desiguais, a educação também é desigual. Essa é a realidade. A posse dos bens materiais separa os homens, e também desarmoniza a educação. O saber “oficial” torna-se um instrumento de poder político. Cabe ao educador empenhar-se para, de acordo com suas possibilidades e capacidade de intervenção, modificar esse estado de coisas, contribuindo para criar uma nova escola, uma nova educação, que seja capaz de transmitir e preservar os ensinamentos acumulados e, ao mesmo tempo, motivar os estudantes a questionar o que é consagrado.

SAUDADE

Não se admire se um dia, um beija flor invadir/A porta da tua casa,te der um beijo e partir/Foi eu que mandei o beijo que é pra matar meu desejo/Faz tempo que eu não te vejo, ai que saudade d'ocê/Se um dia ocê se lembrar,escreva uma carta pra mim/Bote logo no correio,com frases dizendo assim/Faz tempo que eu não te vejo, quero matar meu desejo/Lhe mando um monte de beijo ai que saudade sem fim/E se quiser recordar aquele nosso namoro, quando eu ia viajar/Você caía no choro, eu chorando pela estrada,mas o que eu posso fazer trabalhar é minha sina eu gosto mesmo é d'ocê (fábio junior)
Essa mensagem é para matar as saudades de alguém muito especial, tendo por fundo musical sonho impossível, de Roger Wiliams. A Saudade é algo indescritível, uma espécie de dor que vem devagarzinho, de mansinho, Vai chegando como quem não nada quer... Se instala sem pedir licença...Como o vento... É brisa que vai aumentando sem se ver... Ah! Saudade... Tu és a ausência de alguma presença... És a musa inspiradora dos poetas... Companheira dos amores perdidos... desiludidos, sofridos... Dos amores banidos... Ah!... Saudade...Lição de vida... E que lição... que vida... Vida vivida... aprendida... sofrida. Lição de quem já amou, sofreu... enfim... viveu e ainda sonha viver muitos momentos lindos.

QUANDO DÓI O CORAÇÃO


Quando dói o coração, todo o corpo dói. Por que permitimos que as pessoas entrem assim tão dentro da gente a ponto de saírem carregando um pedaço de nós quando partem ou quando ficam distantes? Por que nos damos tanto, nos entregamos tanto, nos deixamos tanto em mãos não tão cuidadosas dos nossos sentimentos? Por que não temos a graça de saber a quem entregar o coração?! Deveríamos aprender a ficar na margem, olhando de longe a paisagem dos sentimentos, senti-los calmamente, como quem se fascina com uma miragem. Mas não nos satisfaz olhar, nós mergulhamos na imagem ao ponto de nos unirmos a ela num só corpo, uma só alma. Isso, talvez, porque humanos que somos, precisamos, absolutamente, sentir ao risco de nos afogar. Aí, tolos, ingênuos, sonhadores, mergulhamos inteiramente nos sentimentos e quando não se tem o retorno, todo o corpo dói. Por que, então, permitimos que as pessoas entrem assim tão dentro da gente a ponto de saírem carregando um pedaço de nós? Devemos ter a atenção para olhar as mãos, se são cuidadosas, se elas vão se abrir, logo adiante, e deixar cair aquele sentimento que lhes foi presenteado.Humanos que somos, precisamos de respostas, de afeto, atenção, reciprocidade. Não podemos nos afogar num mergulho profundo quando não sabemos a profundidade das águas. Se pudéssemos escolher, apenas, uma alternativa na vida, o que seria mais importante?Amar ou Ser Amada?
A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.