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terça-feira, 31 de agosto de 2010

A GLOBALIZAÇÃO E O CAMINHO DA EDUCAÇÃO

digital

No século XVIII, o célebre cientista e pensador francês, conhecido pelo nome de Antoine Laurent de Lavosier, disse “no Universo nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Com estas palavras ele tornou conhecido o princípio da conservação da matéria e, mais do que isso, evidenciou que o movimento de transformação é o agente responsável pelo milagre evolutivo.

Hoje, em pleno século XXI, pode-se constatar que o signo da transformação extrapolou as fronteiras da química, ampliou-se e envolveu todos os aspectos da vida moderna: do individual ao coletivo, do social ao político, do nacional ao supranacional. Os paradigmas sobre os quais se estruturou a sociedade industrial são insuficientes e inadequados para que a nova sociedade global floresça. Assim, o fenômeno da globalização econômica é um processo que ocorre em ondas, com avanços e retrocessos, separados por intervalos que podem durar séculos.

Essas ondas da chamada globalização podem ser agrupadas da seguinte forma:

1 - a primeira onda: ocorreu por ocasião da ascensão do Império Romano. Enquanto os gregos se dedicavam à filosofia, em suas cidades-estados e ilhas, os romanos articulavam seu sistema legal, difundiam o uso da moeda e protegiam o comércio contra as investidas dos piratas. A educação romana se inspirou nos ideais práticos e sociais e pode ser dividida em três fases: pré-helenista, helenista-republicana, helenista-imperial. Com a queda do Império Romano houve uma feudalização política e comercial, pondo fim ao primeiro movimento de globalização.

2 - A segunda onda: veio nos séculos XIV e XV, ocasião em que o mundo ocidental ingressou nos descobrimentos marítimos. Nesse tempo a educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. O comércio internacional, com a abertura comercial para o Oriente, foi freqüentemente interrompido por guerras religiosas e dinásticas das monarquias européias. Foi nesse período que se falou, pela primeira vez, em globalização da economia. Isso coube ao Arcebispo de Florença, S. Antonino (1439), que na sua Suma Teológica, em que tratava de ética e economia, propôs uma economia moderna, concebida globalmente e cujo objetivo mais importante era promover a justiça social.

3 - A terceira onda: veio no século XIX, no final das guerras napoleônicas, quando nasce o ensino público. Nesse tempo, o liberalismo sobrepujou o mercantilismo e começou a ganhar espaço a democracia política. Mas essa nova onda globalizante sofreu abrupta interrupção com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

4 - A quarta onda: ocorreu logo após a Segunda Guerra Mundial e se acelerou com o colapso do socialismo (1989-1991). Essa retomada da tendência à globalização é caracterizada pelo aparecimento de organizações internacionais (ONU, Gatt - substituído pela OMC, Bird etc), pela formação de blocos regionais, como o Mercado Comum Europeu (atual UE-União Européia), pela expansão das empresas multinacionais, pelo crescimento do comércio internacional e pela interligação dos mercados financeiros, possível graças à revolução da telemática. A educação é tida como o maior recurso de que se dispõe para enfrentar essa nova estruturação do mundo.

5 – A quinta onda: a atual, a mais rápida de todas, pois trouxe a revolução nas comunicações e maior avanço dos meios de transportes, em geral. Também é mais abrangente, envolve comércio, produção e capitais, serviços, arte, educação etc. Não sem razão, essa quinta onde de globlização tem causado mais apreensão do que entusiasmo. Os meios de transporte e de comunicação, cada vez mais velozes, estão modificando a "cara" do planeta. A Educação deve acompanhar as mudanças no mundo e tornar-se o motor da nova história.

Assim, com a chegada dessa atual globalização -- que para muitos se confunde com uma nova era, a do conhecimento -- a educação é tida como o maior recurso de que se dispõe para enfrentar a nova estruturação do mundo. Dela depende a continuidade do atual processo de desenvolvimento econômico e social, também conhecido como era pós-industrial, onde se nota, claramente, um declínio do emprego industrial e a multiplicação das ocupações em serviços diferenciados, tais como comunicação, saúde, turismo, lazer e informação.

Em face desses cenários, tudo conduz ao pensamento de que neste século XXI a principal atividade "industrial" será o turismo. As pessoas passam a viajar mais. A arte, também, nesse processo de mudanças, passará a ter um papel mais importante do que teve até então, considerando que o tipo de profissional exigido no século XXI será um ser humano "global". Esse ser "global" terá por obrigação estudar durante toda a vida para se manter atualizado e ser, ao mesmo tempo, membro da sociedade do conhecimento.

Na era da informação, o conhecimento é um diferencial na crescente sociedade instruída, precisando, cada vez mais, de educação e aprendizado continuado. Hoje, todo cidadão precisa ter acesso à educação corrente e atual para participar, completamente, da era da informação e perceber seu potencial para eliminar limitações e criar oportunidades para viver, plenamente, dias melhores. É nesse sentido que deve caminhar a educação desse século XXI.

DICAS DE GRAMÁTICA

LIMPO OU LIMPADO, Professora?

- A regra gramatical é clara. Usa-se limpo com os verbos ser e estar: estava limpo o terreno; será limpo o quintal da casa. Usa-se limpado com os verbos ter e haver: havia limpado o pasto, terei limpado o forno?

QUANDO ALGUM É NENHUM

- A posição de uma palavra na frase pode mudar totalmente seu sentido. Quando algum vem antes do substantivo — eu tenho algum dinheiro — é porque eu tenho um pouco de dinheiro. Já a frase “Não tenho dinheiro algum” significa o contrário, que estou sem nenhum dinheiro.

sábado, 7 de agosto de 2010

IDIOMA: FERRAMENTA ESSENCIAL NO MUNDO DO TRABALHO

Em tempos de acelerada globalização, e de inglês como a língua franca para o acesso a prestígio e empregabilidade no mundo corporativo, é importante repensar o papel real que o bom domínio de Língua Portuguesa pode representar em tal cenário. Se saber inglês virou rotina e uma obrigação profissional, é necessário enfatizar que empresas de excelência, bem como caçadores de talentos desejam encontrar profissionais que saibam manejar bem o idioma pátrio. Ninguém deseja empregar uma pessoa que se expressa mal em seu idioma nativo. Por isso, utilizar bem a língua portuguesa é um diferencial competitivo para os profissionais das mais diversas áreas do conhecimento.

Parodiando o historiador inglês Theodore Zeldin, que escreveu, em seu livro Conversação, que à medida que se galga mais altos patamares no atual universo de trabalho mais se passa o tempo "conversando", pode-se afirmar, sem temor de exagero que, do mesmo modo, quanto mais se ascende na escala profissional, mais se necessita do bom uso da língua materna, mais se passa o tempo lendo e escrevendo. A comunicação escrita, malgrado a oralidade de nossa cultura e o uso de meios como o telefone e os audiovisuais, termina por se impor ao trabalho cotidiano. Não é preciso apenas ler, mas igualmente escrever bastante, mesmo que para tanto ninguém cobre um estilo fluente e impecável.

O mundo corporativo e globalizado exige cada vez mais aprendizado intelectual, envolvendo participações e apresentações em cursos, congressos e seminários, além de publicações de toda ordem, não é difícil imaginar que o papel desempenhado pela língua tende a crescer e a se valorizar. O idioma é uma ferramenta de trabalho essencial. O erro de Português, além de vexatório, compromete a imagem de qualidade que qualquer profissional precisa transmitir.

Falar, escrever, comunicar-se bem será, cada vez mais, uma exigência cotidiana. Para quem quer começar, a saída está ao alcance da mão. Ler bastante é a regra principal. Além disso, há vários livros no mercado que ajudam na tarefa de manter o português sempre atual. A Internet também pode ser um bom ponto de partida. Há várias páginas na rede que relacionam os erros mais comuns, dão dicas de redação comercial e facilitam a vida de quem deseja ter mais intimidade com a língua portuguesa.

É preciso que os profissionais se desvencilhem de hábitos equivocados e de uma cultura que sempre consagrou a língua como algo para intelectuais, juristas e literatos. É necessário repensar a língua como o primeiro e grande instrumento de comunicação de que dispõe o ser humano. Pois a experiência mostra que, se se pensar assim, os ganhos podem ser imensos, evitando-se prejuízos, mal-entendidos e aborrecimentos. Nunca é tarde para alguém aprimorar-se no idioma nativo, tanto na feição escrita quanto oral. Cada pessoa pode desenvolver e lapidar o que "naturalmente" já traz colado à percepção do mundo: o idioma nativo.

DICAS DE GRAMÁTICA

O CASO DO MIM E DO EU, DO TU E DO TE, COMO USAR?

- É comum as pessoas dizerem: Este livro é para mim ler. Qual o equívoco? O certo é para eu ler. Simplesmente não observamos que o mim torna-se o sujeito de ler. Pelas leis da gramática, mim e te não funcionam como sujeitos da ação. Logo: Para eu fazer, para eu ler, para eu escrever. Mim e te não praticam ação. Logo, mim não passa no vestibular; mim não namora, mim não vai a jogo de futebol. Eu, sim, passo no vestibular. Estudo para eu passar no vestibular.

EM PRINCÍPIO E A PRINCÍPIO, QUANDO USÁ-LOS?

- a princípio: à primeira vista, logo a princípio, inicialmente, primeiramente, de início, de entrada, no começo, de começo [ou na gíria: "de cara"].

· Pensamos, a princípio, que se tratava de um animal pré-histórico, mas depois constatamos que era simplesmente uma espécie rara de predador.

· A princípio, eu não sabia de nada, mas um dia ela me contou tudo.

- em princípio: em tese, em teoria, teoricamente, em termos, de modo geral; conforme Aurélio: "Antes de qualquer consideração; antes de tudo; antes de mais nada". O próprio dicionário deixa o significado mais claro no verbete ‘tese’: "Em tese. De acordo com o que se supõe; em princípio; em teoria".

· Vais assistir ao filme Bossa Nova conosco? – Em princípio, vou; mas dependo da confirmação de outro compromisso.

Em princípio, não estamos interessados em comprar nada.

A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.