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quarta-feira, 20 de junho de 2012

O VALOR SOCIAL DA FAMÍLIA

 

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O tema família sempre esteve no centro de minha vida como o elo mais importante da sociedade. Tenho a família como a primeira escola das virtudes sociais fundamental na vida humana. A família é a mais importante expressão da natureza, pois é o lugar e o instrumento mais eficaz de humanização e de personificação da sociedade.

Frente a essa realidade, a família traz em si inúmeros valores essenciais que por nada pode ser ofuscado, tolhido ou menosprezado. A família não é somente lugar de crescimento pessoal, dos afetos, da transmissão da cultura entre as gerações, mas sim uma comunidade de amor, o lugar do direito e do princípio do cuidado, da solidariedade, partilha, amizade, companheirismo, respeito e unidade.
Segundo Tolstoi, “a verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família." É fundamental o resgate do respeito, do afeto, do carinho, sobretudo do amor verdadeiro nas famílias. Uma sociedade melhor começa em casa.

Diante desse valor imensurável da instituição família, compete aos líderes, pai e mãe, a responsabilidade de administrar essa instituição pilar da vida social. Mas essa tarefa não está sendo, atualmente, nada fácil. Há sucessos e fracassos, isso por que o mundo se apresenta muito perigoso e desafiador. Vivem-se novos tempos, mas os valores familiares permanecem imprescindíveis para o equilíbrio social.

Observa-se, por exemplo, haver pessoas exímias como gerentes, gestores de empresas, negociantes etc. Mas não possuem a mesma habilidade para dirigir a própria casa, educar os filhos, manter os laços e os valores de família. Essa inabilidade tem marcado a vida contemporânea com a desagregação familiar, as separações, a falta de amor, atenção, ensinamentos de princípios de vida em sociedade. Daí surge um mundo jovem e delinquente, o que acarreta enormes prejuízos para a vida das pessoas, grande insegurança, muito medo.

Percebe-se que cada vez mais o ser humano se distancia do afeto, não sabendo como lidar com esse sentimento. E o afeto é a principal metodologia de administração da principal instituição da vida humana. A FAMÍLIA. Não é como administrar um negócio, necessita de um profundo equilíbrio entre o coração e a razão.

A família, constituída por várias pessoas, uns fazem parte da vida dos outros. E, embora sejam seres diferentes, convivem intimamente, por isso, por vezes, não se compreendem, não se conhecem e não conseguem lidar com os conflitos do cotidiano. Mesmo sendo famílias bem pequenas, composta por três pessoas, em alguns casos pai, mãe e um filho, não conseguem viver em harmonia. Não têm tempo para o diálogo, a prática do amor, os ensinamentos basilares. Aí a turbulência toma conta das relações.

Compreendo ser por conta da má administração do tempo dedicado à família que a sociedade atual está em crise de paciência – ciência da paz – sentimento esse que é a base da compreensão entre sujeitos humanos. As pessoas se deixam manipular pela pressa, mergulham nas frustrações da velocidade do mundo pós-moderno e escutam cada vez menos uns aos outros.

Digo, ainda, que o sentimento do egoísmo está em alta. A vida se tornou assim: “as minhas coisas..., o que eu tenho... os meus problemas..., o que eu faço”. O “eu” em primeiro lugar impede o compartilhamento de vivências, de histórias, de saberes, de doação, ternura, amor. Impede o olhar para o outro exercitando com sensibilidade a compreensão do seu momento e de suas necessidades.

Nesse cenário, ensinar os filhos a serem vencedores, a superar desafios com coragem e garra, tornou-se uma tarefa incompatível com a estrutura familiar desenhada nesse mundo pós-moderno. Os filhos não sabem competir, enfrentar desafios, pois acreditam que o mundo tecnológico facilita tudo com a mesma velocidade das máquinas. Não compreendem, por exemplo, que dinheiro é fruto de trabalho árduo, não nasce quando se adquire um cartão Visa, Mastercard, Ourocard, American Express.

É preciso haver uma reflexão social intensa sobre esse valor da família, por ser a comunidade natural que contribui de modo único e insubstituível para o bem da sociedade. Assim, a influência exercida pela família determina o estilo de uma sociedade. Infelizmente, o que se observa, são visões distorcidas, e a consequência disso é uma geração que não conhece o amor, o respeito, que não acredita nas pessoas, uma sociedade desonesta, egoísta, individualista, que passa em cima de tudo e de todos para alcançar objetivos, obter vantagens a qualquer preço, mesmo que tenha que matar, roubar, mentir, extorquir.

Conclui-se a reflexão com uma citação de Aristóteles: "A sociedade política só existe a partir da família e sempre na família" (A política). Portanto é necessário reafirmar que sociedade e família estão intrinsecamente interligadas, ou seja, alterando a sociedade, altera-se a família e destruindo a família, destrói-se a sociedade.

DICAS DE GRAMÁTICA

Há certos substantivos que só se usam na forma plural, professora?

- Sim. Vejam-se alguns deles: suspensórios, bodas, anais, férias escolares, olheiras, damas (o jogo), condolências, pêsames, núpcias, algemas e trevas.

QUALQUER TEM PLURAL ?

- Sim. O plural de qualquer é quaisquer. Exemplos: Fazemos quaisquer serviços; estamos atentos a quaisquer sinais de melhora; quaisquer que sejam as notícias, vamos saber como agir.

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Luísa Galvão Lessa – É Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montréal, Canadá; Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Membro da Academia Brasileira de Filologia. Membro da Academia Acreana de Letras.

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A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.