A linguagem é o solo da cultura assim como o ser da pessoa é o seu dever-ser. A linguagem torna o ser humano capaz de realizar-se como pode e como deve fazê-lo. Essa compreensão humana, em seu dever-ser, por meio da linguagem, justifica o título deste blog.
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sábado, 28 de dezembro de 2013
A LETRA INICIAL DO NOSSO NOME ESTÁ LIGADA AO CARATER E AO DESTINO?
A PERSONALIDADE DAS PESSOAS
- Assegurar as condições de satisfação no trabalho.
- Cultivar aspectos positivos de caráter.
- Saber como estudar racionalmente.
- Praticar a persistência e a força de vontade, e saber como organizar o trabalho.
- Adquirir bons hábitos em todas as esferas da vida.
- Cuidar bem da saúde, da aparência, da aptidão física e da alimentação.
- Lidar corretamente com as pessoas.
- Aprender a falar bem.
- Aprender a fazer alguns trabalhos manuais.
- Aprender a lidar com dinheiro.
A TEMPERATURA CHEGOU A ZERO GRAUS ou A ZERO GRAU?
- Zero é sempre singular: zero grau, zero-quilômetro, zero hora. Zero pode ser posposto ao substantivo que determina, e aí seu sentido é outro: zero hora é “meia-noite”, mas hora zero é o “ponto de partida”, o momento a partir do qual se inicia uma contagem de horas.FAZEM CINCO ANOS ou FAZ CINCO ANOS?- Fazer, quando exprime tempo, é impessoal. Então, diga: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias. HÁ DEZ ANOS ATRÁS ou HÁ DEZ ANOS?- Há e atrás indicam passado na frase. Então, diga: Há dez anos ou Dez anos atrás.
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
MUITAS LÍNGUAS FALADAS NO MUNDO PODEM MORRER
Luísa Galvão Lessa Karlberg colunaletras@yahoo.com.br
A gente sempre fica a se perguntar quantas línguas existem no mundo. Mas a questão não encontra fácil resposta, porquanto os estudiosos do assunto não chegaram a um consenso. E, segundo a especialista Colete Grinevald, professora de linguística da Universidade Lyon II, na França -- convidada da UNESCO para traçar um panorama dos idiomas falados no mundo -- existem seis mil línguas faladas hoje no Planeta Terra. Todavia, somente a metade delas resistirá até o ano 2100. Nas Américas e na Austrália, 90% das línguas vão desaparecer até o fim deste século.
Vê-se, então, que as línguas, assim como as espécies animais e vegetais, vivem em perigo no planeta. A vida de muitas delas está por um fio, pois tendem a desaparecer à medida que não são mais faladas. Língua viva é língua falada. Quando não é mais falada a língua fenece, morre. Atualmente 97% das pessoas do mundo falam apenas 240 dos seis mil idiomas existentes. Essa estatística aponta o fim para muitos idiomas no mundo. É uma realidade inexorável.
Em meio ao universo de línguas, há aquelas mais faladas que outras. A primeira é o mandarim, na China, falado por 1 bilhão de pessoas. A segunda, o inglês, falado por 510 milhões de pessoas. Em terceiro lugar o hindi, na Índia, falado por 500 milhões de pessoas. Em quarto lugar está o espanhol, falado por 400 milhões de pessoas. O russo aparece em quinto lugar, falado por 280 milhões de pessoas. Em sexto está o árabe, falado por 250 milhões de pessoas. Em sétimo o Bengali, na índia, falado por 210 milhões de pessoas. O português, falado por 200 milhões de pessoas, aparece em oitavo lugar. Em nono lugar está o indonésio, idioma falado por 180 milhões de pessoas. E em décimo lugar o francês, uma língua falada por 130 milhões de pessoas.
Indaga-se, então, se estas línguas tão faladas correm risco de desaparecimento? Segundo a pesquisadora francesa Colete Grinevald, nenhuma delas está fadada à extinção. São línguas com rica literatura e amplo número de falantes. A cadeia delas decorrente soma milhões e milhões de falantes, no curso de gerações. Assim, nenhuma das 10 línguas mais faladas, aqui apontadas, corre algum risco. Elas tendem a multiplicar o número de falantes e por isso estão em constante expansão.
De outra parte, assim como há línguas vivas e bem vivas, há aquelas que estão ameaçadas de extinção. É o caso das línguas indígenas amazônicas, que sofrem devastação na sua diversidade linguística. E esse fato é um triste fim para uma realidade sobre a região mais rica do planeta. Falam em revitalizar línguas, mas não há pessoa de bom senso que acredite que alguém possa reinventar uma língua que desapareceu. Aqui na Amazônia há grupos indígenas que tentam reviver uma língua que já todo mundo deixou de falar. A única coisa que eles podem fazer é lista de palavras e mandar os meninos aprenderem. Lista de vocabulário não é a língua. Ou seja, o que se perdeu, definitivamente, são as regras abstratas que estão na mente dos falantes. Isso se perdeu e não há como recuperar, ainda mais por meio de listas de palavras ou algo semelhante. Uma língua que desaparece, desaparece para sempre, não há como ressuscitá-la. Se alguém sabe como fazer isso, então faça e estará operando um verdadeiro milagre.
Nesse cenário, então, o que poderia ser feito em prol das línguas amazônicas seria a catalogação do imenso e rico acervo linguístico, depositando-o num centro de pesquisa e estudos etno-linguísticos, no intuito de legar, às futuras gerações, fonte preciosa à compreensão dessas culturas. Estudando uma língua é possível compreender toda a vivência de um povo, bem como perceber que não somente a guerra, genocídios, mas também os desastres naturais, a difusão de línguas dominantes, o pouquíssimo número de falantes, são fatores que levam à extinção de um idioma. Isso porque, de certa forma, o processo de desaparecimento de uma língua é semelhante aquele de extinção de uma espécie animal.
Para concluir a reflexão, diz-se, com base em dados históricos, que mais da metade de todas as línguas existentes no mundo estão condenadas à extinção, até o final deste século. Os linguistas creem que entre 3.400 e 6.120 línguas podem desaparecer antes de 2100. Esse dado supera a conhecida estatística de uma língua extinta a cada duas semanas. E uma das razões para o desaparecimento de muitas delas está no fato de serem faladas por comunidades pequenas. E, de acordo com a UNESCO, para passar de uma geração a outra, uma língua precisa ser falada por pelo menos 100 mil nativos. Assim, como a população nativa amazônica a cada ano diminui, a tendência natural das línguas é a extinção, isso porque não há língua quando não existe falantes.
Numa reflexão sobre línguas e culturas humanas, a UFAC realizará, no ano de 2014, 3,4 e 5 de fevereiro, em parceria com a Academia Brasileira de Filologia o primeiro CONGRESSO INTERNACIONAL DE LÍNGUAS E CULTURAS SUL-AMERICANAS. A Academia Brasileira de Filologia e a Universidade Federal do Acre consideram que a Região Amazônica está no epicentro do mundo, por seus valores étnicos, culturais e florestais. A Cultura da América do Sul abraça diversas tradições. Estas incluem as culturas nativas dos povos que habitavam os continentes antes da chegada dos europeus; culturas europeias, trazidas principalmente por espanhóis, portugueses e franceses; pelas culturas africanas, cuja presença resulta de uma longa história de escrravidão no Novo Mundo.
Hoje, línguas com muitos usuários fornecem mercado maior para bens culturais. O crescimento sustentado da última década fez do gigante da língua portuguesa, o Brasil, saltar aos olhos globais. Então, esse Congresso Internacional de Línguas e Culturas Sul-Americanas irá refletir sobre o cenário desse lado do mundo e apontar trilhas para fortalecer línguas e culturas do nosso continente.
DICAS DE GRAMÁTICA
A TEMPERATURA CHEGOU A ZERO GRAUS ou A ZERO GRAU?
- Zero é sempre singular: zero grau, zero-quilômetro, zero hora. Zero pode ser posposto ao substantivo que determina, e aí seu sentido é outro: zero hora é “meia-noite”, mas hora zero é o “ponto de partida”, o momento a partir do qual se inicia uma contagem de horas.
FAZEM CINCO ANOS ou FAZ CINCO ANOS?
- Fazer, quando exprime tempo, é impessoal. Então, diga: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
HÁ DEZ ANOS ATRÁS ou HÁ DEZ ANOS?
- Há e atrás indicam passado na frase. Então, diga: Há dez anos ou Dez anos atrás.
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
A LINGUAGEM É O MOTOR DO MUNDO
Luisa Galvão Lessa Karlberg colunaletras@yahoo.com.br
A linguagem é o maior recurso que o ser humano possui para alcançar tudo aquilo que mais deseja na vida. Cada pessoa depende da linguagem para viver em sociedade, pois ela é a base da cultura e dificilmente haveria civilização se não fosse o emprego da linguagem e o poder das palavras. É através delas que influenciamos e provocamos as mudanças, quase sempre, necessárias para construir uma vida melhor.
O linguista francês Louis Hjelmslev, ao falar sobre a linguagem, diz ser ela ferramenta, espelho, lugar. Ferramenta por ser veículo de comunicação; espelho por refletir e traduzir o ser humano que se revela pela linguagem que utiliza; lugar porque reflete a pessoa no meio físico-social onde vive.
Muitos acreditam que o que move o mundo é o dinheiro, os bens materiais que tanto atraem as pessoas ou até mesmo a busca pelo prestígio e poder. Tudo isso é muito importante, considerando que mexem de verdade com o comportamento humano. Porém o que mais é capaz de provocar mudanças, transceder teorias e transformar o mundo é, de fato, a linguagem.
As palavras são muito poderosas, quando saem de nossa boca tem o potencial de criar ou dissipar estresses, cativar ou afastar pessoas, conquistar ou destruir sonhos, provocar paixão ou abrir feridas que duram por uma vida inteira. Tudo vai depender de nossa habilidade de lidar com elas no tempo, dose, forma e tempero adequado.
É através do uso habilidoso das palavras que, por exemplo, o líder conquista seguidores, obtém resultados positivos da equipe, aumenta a produtividade da empresa, a moral dos liderados, a eficácia dos projetos e o sucesso organizacional. Os líderes admirados são aqueles que sabem que as palavras criam a nossa realidade, por isso dão o seu melhor para proporcionar momentos memoráveis.
O escritor Joseph Jaworski diz que "É através da linguagem que criamos o mundo, porque ele não é nada até que o descrevemos”. E quando nós o descrevemos, criamos distinções que governam as nossas ações. Dito de outra forma, a linguagem não descreve o mundo que vemos, mas vemos o mundo que descrevemos.
A linguagem é um mecanismo que faz parte da natureza do ser humano, que possui a necessidade natural de se agrupar em sociedade, a fim de realizar seus objetivos. Por isso, consciente de suas limitações, cada pessoa busca no outro a complementação de si mesmo. E o instrumento, o meio que permite essa aproximação entre pessoas é justamente a linguagem, por favorece o pensar e o agir. Na ausência da linguagem as pessoas não saberiam como entrar em contato uns com os outros, não teriam como estabelecer vínculos sociais, constituir grupos em volta de interesses comuns. Charaudeau afirmou que “A linguagem é um poder, talvez o primeiro poder do homem.” ((2008- prefácio)
De tudo que aqui se diz, a conclusão que fica é que quando gravamos as nossas palavras no coração das pessoas, somos capazes de intervir e mudar o mundo em que vivemos. Então, se sabemos disso podemos nos esforçar para interagirmos melhor com os nossos familiares, amigos, companheiros, colegas de trabalho, clientes e fornecedores, remodelando assim o ambiente onde estamos inseridos e contribuindo para que os resultados das nossas ações sejam capitalizados para alcançarmos as conquistas que tanto almejamos.
Afinal de contas, é como nos ensina o tradicional dito popular: "As nossas palavras se transformam em ações. As nossas ações se transformam em hábitos. Os hábitos moldam o nosso caráter, que por sua vez determina o ruma de nossa vida."
DICAS DE GRAMÁTICA
QUIZ ou QUIS?
- O certo é QUIS. Nas formas do verbo QUERER, o som “zê” é sempre escrito com “s”: tu quiseste, ele quis, eles quiseram, se eu quisesse, quando eu quiser…
Observação: QUISER é futuro do subjuntivo: quando eu quiser, se eu quiser… QUERER é infinitivo: “Fez isso para eu querer sair.”
Eu ADÉQUO ou ADEQUO?
- Nenhum dos dois. O verbo ADEQUAR é defectivo: no presente do indicativo só apresenta a 1ª e a 2ª pessoa do plural; nada no presente do subjuntivo; pretérito e futuro são normais.
Portanto, deve-se evitar dizer que “isto não se adéqua ou adequa”. A solução é: “isto não está adequado ou não é adequado”. O dicionário Houaiss considera válida a forma “adéqua”.
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Luísa Galvão Lessa Karlberg – É Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montreal, Canadá; Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Membro da Academia Brasileira de Filologia; Membro da Academia Acreana de Letras.
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
A DIREÇÃO É MAIS IMPORTANTE DO QUE A VELOCIDADE
Eu sempre acredito que a direção é mais importante do que a velocidade. Também sei que tudo na vida tem um preço, um endereço e um valor. A chave para o sucesso na vida é o conhecimento do valor sobre as coisas e as pessoas. Mais importante são as pessoas. Ninguém é uma ilha! Acredito que devemos sonhar com os olhos abertos. Os sonhos não determinam o lugar aonde vamos chegar, mas produzem a força necessária para tirar-nos do lugar em que nos encontramos. Sonhos são mais do que desejos. Um sonho é um projeto de vida.
A verdade é que nada, ninguém e nenhum acontecimento tem valor por si mesmo. O valor de cada coisa somos nós que atribuímos. É o nosso pensamento que atribui o valor para cada acontecimento fazendo-o grande ou pequeno, importante ou insignificante. O tempo, estou certa, é o Senhor que atribui dimensão para todas as coisas.
Aristóteles acreditava que a felicidade era mais que mero prazer, diversão ou entretenimento. Ele escreveu que essas coisas são transitórias, não duradouras, enquanto que a realização vem de dentro, da alma, do interior de cada um de nós. A felicidade para esse grande filósofo era a "excelência de caráter", a realização das virtudes clássicas: sabedoria, moderação, coragem e justiça. As virtudes da fé, esperança e caridade são virtudes cristãs, que viriam a ser conhecidas mais tarde.
Eu creio que a “virtude” não é uma meta inatingível. Ao contrário, está ao nosso alcance.Assim, ao falar em virtude, refiro-me àquelas citadas por Aristóteles, acrescidas das virtudes cristãs, e virtudes de ver corretamente e pensar corretamente sobre as pessoas e fatos. Não significa fazer de uma opinião individual uma verdade universal. As pessoas são repletas de defeitos e virtudes. Alguns possuem mais defeitos; outros, mais virtudes. E assim a vida segue. Importante é não camuflar as verdades sob o véu de interesses particulares, olvidando das virtudes que as pessoas devem zelar, sempre.
Eu tenho defeitos humanos, mas procuro ser virtuosa na vida, em tudo que faço, nas relações com os meus semelhantes, no trabalho, na família, nas relações afetivas e sociais. Infelizmente o ser humano tem a capacidade de querer tirar de si defeitos horrendos e atribuir aos outros, como se pudesse enganar o mundo o tempo todo. Mas as mentiras não duram para sempre. Quando menos se espera o sol nasce, ilumina a vida, mostra as verdades com clareza.Por isso eu acredito que se as pessoas soubessem dar valor ao caráter,o quanto elas dão importância a classe social,cor e beleza, dinheiro e aparências, talvez o mundo não estivesse a beira do abismo em que se encontra. E, consequentemente, as pessoas seriam mais leais e corretas.
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
PODER, FORÇA E MAGIA DAS PALAVRAS
O texto apresenta reflexão sobre o poder, a magia, a força das palavras. Tantas pessoas vivem sem preocupação com as palavras, esquecendo-se que elas dirigem e comandam a vida, movem o mundo. O termo ‘palavra’ vem do latim 'parabola', de origem grega [parabole]. Em sentido popular exprime o som articulado, que contém um sentido ou um significado. Usar a palavra significa falar, manifestar um pensamento por meio de discurso ou orações faladas.
As palavras foram às primeiras grandes ferramentas do espírito e do conhecimento humano. O aumento do conhecimento muitas vezes pode ser traçado estudando-se a história das palavras. As palavras são armas poderosas, podem confortar, magoar, fazer sorrir ou chorar. Uma palavra pode manifestar carinho, pode ser uma ofensa, uma promessa e até tapa na cara, mais que isso, a palavra tem o poder de exprimir ideias. Muitas vezes as palavras saem da boca sem que tenham passado pelo cérebro, ou ao contrário, passam tantas vezes pelo cérebro que se perdem e acabam virando um pensamento que não pode ser externado por palavras. Por isso, talvez, canta sabiamente o rei Roberto Carlos: "palavras são palavras, e a gente nem percebe o que disse sem querer, e o que deixou pra depois". Assim, uma comunicação mal feita pode deixar a pessoa sem achar um jeito para explicar, e esperando que a outra possa aceitar um pedido de desculpas.
Mas, afinal, o que são as palavras? Elas são tudo na vida. Sustentam os negócios no mundo. Nas trocas, nas vendas, no diálogo para dentro e para fora. São elas que garantem um lugar no mercado ou fora dele, quando equivocadas. As empresas sobre elas saltitam perigosamente, como em caminho de pedras, em meio a escuma dos inquietos meandros de uma economia. Palavras fazem toda a diferença na vida das pessoas. Toda gente é dirigida por palavras, sejam de pais, filhos, amigos ou inimigos elas atingem a todos, indistintamente. Mesmo no silêncio elas inquietam. Sussurradas pela memória de uma experiência gratificante, são renovadoras. Gritadas pela consciência traída, são devastadoras.
Vêm-se que as palavras têm demasiado poder, pois da mesma forma que dizem coisas, têm o poder de destruir um coração, uma nação. Um bom advogado, pelo uso da palavra, pode libertar ou condenar uma pessoa. Uma desculpa bem dada salva um relacionamento, mas se as palavras tiverem sido mal empregadas, desfazem-se famílias, empregos, amizades, negócios. Palavras ditas, palavras cantadas, palavras escritas. Riqueza. O bom uso das palavras enriquece as pessoas.
Vive-se na era da informação e informação nada mais é do que o agrupamento e o processamento de palavras. Quanto maior for o número de palavras que alguém conhece, quanto maior seu vocabulário, maior a chance de crescimento. Toda pessoa culta é pessoa rica. Rica de conhecimento, de companhia, de liberdade. O maior risco no uso das palavras é não se fazer entender. Muitas vezes as pessoas falam coisas que não chegam aos ouvidos do interlocutor. E não há nada pior neste mundo do que ser mal entendido. Corrigir demora e nem sempre se obtém êxito. E coisa ruim na vida é quando se diz palavras a alguém que entende outras. Por isso o processo de comunicação deve ser pensado, elaborado. Ninguém toma de volta palavras ditas, pronunciadas. Por vezes, nem o perdão resolve.
Dessa forma, as palavras têm tanta força, tanto poder, que quando expressadas fazem efeito na vida, e essa influência poderá ser boa ou ruim, dependendo das idéias que carregam. Sempre foi assim, como diz a Bíblia (João,1:1),"No início era o verbo". E o verbo ainda hoje cria o universo humano. A palavra é muito poderosa, pode condenar, salvar, iluminar ou mandar a escuridão, pode fazer adoecer, curar e dar esperança, fazer alguém feliz ou infeliz. Através da palavra pode-se deificar uma pessoa, profetizá-la ou amaldiçoá-la. Por uma palavra deixa-se alguém alegre ou triste. Palavras são meios de transporte, como o trem, a bicicleta e o avião, navios, barcos. A palavra dá vida, esperança. As palavras são essas ferramentas fantásticas que comandam a vida e tanta gente não dá importância a elas. Por isso tudo é muito bom cuidar das palavras. Dizem que uma pessoa é aquilo que diz a boca. Sendo assim, é prudente cuidar das palavras, afinal, elas dirigem a vida da gente.
DICAS DE GRAMÁTICA
SENTAR-SE À MESA ou SENTAR-SE NA MESA?
Ninguém se senta na mesa para comer, seria anti-higiênico e indelicado, portanto as pessoas sentam-se à mesa. Normalmente, sentam-se no banquinho, numa cadeira, mas na mesa não. Da mesma forma que não nos sentamos no piano para tocar, mas nos sentamos ao piano. Outra questão. O verbo sentar no sentido de dobrar o próprio corpo é reflexivo: sentar-se, embora no coloquial o verbo "sentar" esteja se tornando intransitivo, como na frase: Sentou no chão.
SEJA/ ESTEJA
Seja/sejam, esteja/estejam são formas corretas dos verbos ser e estar. Não existem seje/sejem nem esteje/estejem. Já o verbo desejar faz o presente do modo subjuntivo em deseje, desejes, deseje, desejemos, desejeis, desejem.
DESTINO
O que é o Destino?
Uma vontade,
Uma ordem,
Um sonho...
Destino é algo sem escolha?
Não se sabe, ninguém sente sua presença.
Destino é o nome de uma história
Que precisamos ler, todos os capítulos, para entendê-lo.
Destino é uma imaginação que se tem do futuro,
Uma criação da vida.
Ninguém escolhe seu destino...
Dizem que vem traçado
Será isso verdade?
Muitos lutam para modificá-lo.
Eu creio que Destino é a coragem
De lutar por um ideal,
Coragem de mudar cenários.
Há pessoas que escolhem um caminho,
O calor de uma linda tarde,
Ou o frio de uma tempestade na madrugada...
Creio, simplesmente, que Destino é a intensa busca pela felicidade.
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
PAIXÃO BRASILEIRA PELA PALAVRA “COISA”
A Língua Portuguesa é um idioma bastante rico. Também os seus falantes possuem uma criatividade invejável. Assim, há palavras que são utilizadas para designar objetos, dar-lhes atributos, ações, circunstâncias. E uma dessas palavras é “COISA”. Segundo as gramáticas de Língua Portuguesa, "coisa" pode ser substantivo, adjetivo, advérbio, verbo. Segundo o Dicionário Aurélio: De coisa + -ar. Verbo transitivo direto. Bras. Pop.1.Refletir, matutar; imaginar. Verbo transitivo indireto. 2.Bras. Pop. Cuidar; preparar: F. está coisando do almoço. Verbo intransitivo. 3.Refletir, matutar.
No meio popular, esse verbo “coisar” substitui qualquer outro que não ocorre a quem fala. Logo, “coisa” tem mil e uma utilidades na nossa língua. Quando nos falta uma palavra, “coisa” entra para traduzir o pensamento do falante. De igual modo, nas regiões do Brasil, “coisa” ganha os usos mais diversos, a depender do gosto e dos costumes do lugar. Então, pode-se dizer que essa palavra “coisa” é uma espécie de muleta, que ampara o falante quando este não encontra a palavra exata para exprimir uma ideia. Assim, essa palavra “coisa” vai ganhando as cargas semânticas mais diversas e interessantes. Ela está presente no cotidiano de nossas vidas, na poesia, na música, na literatura.
Em Portugal, por exemplo, “coisar” equivale ao ato sexual, como traduz José Machado, em seu dicionário. No Brasil, em especial no Norte e Nordeste, “coisas” é sinônimo de órgão genital: "E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, as coisas, os seios" (Riacho Doce, José Lins do Rego). Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" pode ser cigarro de maconha. Em Olinda, o bloco carnavalesco “Segura a Coisa” tem um baseado como símbolo em seu estandarte. Em Minas Gerais, todas as coisas são chamadas de trem. Menos o trem, que lá é chamado de "a coisa". A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem a coisa!".
Na música popular brasileira muita gente boa lançou mão dessa palavra. Alceu Valença canta: "Segura a coisa com muito cuidado / Que eu chego já." Vinícius de Moraes diz: “Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça (...)". A garota de Ipanema era a coisa mais linda do mundo. Depois, novamente Vinícius e Tom Jobim: “Mas se ela voltar, se ela voltar / Que coisa linda / Que coisa louca." Jobim e Vinicius sabiam das coisas. Caetano Veloso também sabe, olhem como canta: “Alguma coisa acontece no meu coração". E, na música "Qualquer Coisa", ele diz: "Alguma coisa está fora da ordem."Também Jorge Aragão/Almir Guineto/Luis Carlos da Vila sabem usar a palavra: "Ô Coisinha tão bonitinha do pai...". Lembram?
E tem mais, “coisa" tem história na MPB. No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, estava na letra das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré: "Prepare seu coração / Pras coisas que eu vou contar", e A Banda, de Chico Buarque: "Pra ver a banda passar / Cantando coisas de amor". Naquele ano do festival, no entanto, a coisa tava preta (ou melhor, verde-oliva). E a turma da Jovem Guarda não tava nem aí com as coisas: "Coisa linda / Coisa que eu adoro". Cheio das coisas. As mesmas coisas, Coisa bonita, Coisas do coração, Coisas que não se esquece, Diga-me coisas bonitas, Tem coisas que a gente não tira do coração.
O nosso rei, Roberto Carlos, tem preocupação com a “coisa e canta: “Coisa bonita, coisa gostosa, quem foi que disse que tem que ser magra pra ser formosa? Coisa bonita, coisa gostosa, voce é linda, é do jeito que eu gosto, é maravilhosa”. Para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é uma questão de quantidade, afinal "são tantas Coisinhas miúdas". Gal Costa diz: "Esse papo já tá qualquer coisa...Já qualquer coisa doida dentro mexe."
Na literatura, a "coisa" é coisa antiga. Antiga, mas modernista.Oswald de Andrade escreveu a crônica "O Coisa", em 1943." A Coisa" é título de romance de Stephen King. Simone de Beauvoir escreveu "A Força das Coisas". Michel Foucault escreveu a fantástica obra "As Palavras e as Coisas" , e por aí vai a “coisa”.
Percebe-se que a palavra “coisa” não tem sexo (gênero), pode ser masculina ou feminina. Coisa-ruim é o capeta, o câncer, a hanseníase, a roubalheira no Brasil. Coisa boa é o Brad Pitt, Richard Gere, Tom Cruise. Nunca vi coisa assim! Coisa de cinema!
Por essas e outras é preciso colocar cada coisa no devido lugar. Uma coisa de cada vez, é claro, pois uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. E tal coisa e coisa e tal. O cheio de coisas é o indivíduo chato, cheio de” não-me-toques”. O cheio das coisas, por sua vez, é o sujeito estribado. Gente fina é outra coisa. Para o pobre, a coisa está sempre feia: o salário-mínimo não dá para coisa nenhuma. A coisa pública não funciona no Brasil. E a “coisa” não para por aí nem aqui. Tem essa “coisa” do mensalão e lá vem mais “coisa” em 2014. Melhor ir com Eduardo Campos e Marina Silva, ou a coisa vai ficar preta!
Mas, finalmente, para o pobre a coisa está sempre feia. Para os ricos as “coisas” são boas. Então, muita atenção, em ano de eleição vai ter muita “coisa” para enganar o eleitor. Vamos ficar de olho nessas “coisas”. Não vendam o voto por qualquer “coisa”, por o correto é dar valor às “coisas”.
DICAS DE GRAMÁTICA
ALUGA-SE ou ALUGAM-SE apartamentos?
O certo é “ALUGAM-SE apartamentos”.
A presença da partícula apassivadora “SE” faz a frase ser passiva, ou seja, o sujeito é quem sofre a ação do verbo(= apartamentos), e não quem pratica a ação de alugar. É o mesmo que eu dissesse que “apartamentos são alugados”.
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
SEGREDOS DA LINGUAGEM NO MUNDO DO TRABALHO
Como estudiosa da linguagem cedo percebi que ela move a vida, sob os mais variados aspectos. No campo do trabalho, a expressividade marca o êxito comunicativo entre a pessoa que fala e aquela que escuta. Entre a pessoa que manda e a outra que obedece. A depender da linguagem utilizada, uma ou outra ficará contente, triste, decepcionada, irritada, otimista, feliz. Assim, em qualquer organização, o relacionamento humano e o tratamento entre as pessoas devem ser igualitários. Não é porque um pertence ao setor com pessoas mais qualificadas que vai poder desprezar as pessoas da limpeza, manutenção etc. O ser humano merece respeito, sempre, independente do cargo ou função que ocupe. O trabalho dignifica a criatura humana.
Retomando o valor da linguagem, diz-se que se ela [linguagem] é importante nas relações de trabalho, deve ser à base do sucesso ou insucesso na vida. Assim sendo, é fundamental às pessoas seguirem alguns preceitos, no intuito de melhor adequação ao meio, ao outro, ao rendimento, ao êxito no trabalho e na vida. Isso porque tanto o trabalho quanto a vida devem ser conduzidos com ética, respeito, dignidade. A pessoa humana dignifica o trabalho. Através dele, cada um pode crescer. Pelo trabalho domina-se e transforma-se a natureza para que possa contribuir para a felicidade de todos, construindo a sociedade, a convivência, a solidariedade. A história torna-se obra de mulheres e homens.
No importante campo do trabalho as palavras e as atitudes exercem um poder decisivo na vida. Podem ajudar a construir uma imagem positiva ou negativa. Podem construir sonhos ou desmoronar desejos. Tudo aquilo que o ser humano produz se deve aos estímulos recebidos entre uns e outros, por meio da linguagem. Há ambientes extremamente estimuladores, com uma linguagem positiva. Também há aqueles pesados, fechados, por força que linguagem que ali reina.
Dia desses, numa viagem, observei encontro entre pessoal de recursos humanos, onde a comunicação interpessoal e a linguagem foi o lema principal. A partir dali brotou o germe para este artigo. Mas ele foi ficando no esquecimento, até que, recentemente, aconteceu fato inusitado. Deparei-me com alguém que carrega o ”dom da verdade, das certezas, da sabedoria, da autoridade, da vaidade, arrogância”. Enfim, transporta o conhecimento do mundo e, assim sendo, deseja moldar as pessoas, segundo sua vontade. Foi um momento triste. Uma desolação, imensa pobreza humana. Daí, nasceu este artigo. O objetivo é que ele sirva para todos nós, ensejando um convívio mais harmônico, respeitoso, digno, com o uso de boa linguagem. Usar “bom dia”, “por favor”, “obrigada”, “com licença”, “isso é ótimo”, opera milagres! Então, que essas dicas façam algum efeito sobre a vida e o trabalho de muita gente, em especial daquelas que julgam “carregar” os problemas do mundo. Que a linguagem seja mediadora das relações humanas, para haver paz, amor e mais respeito entre as pessoas.
Considerando o valor do assunto, diz-se haver no mundo do trabalho três componentes essenciais: pessoas, realidade e linguagem. Pessoas são diferentes umas das outras e enxergam um mesmo fato de forma única. Há casos em que a atitude pessoal facilita a convivência e em outras ocasiões torna a interação um encargo nada agradável. E é com essa realidade que as pessoas precisam aprender a conviver, respeitando as diferenças e conhecendo os próprios limites.
Existe, hoje, no mundo do trabalho, uma crença que necessita ser repensada: as pessoas devem ser tratadas da mesma forma. A realidade de cada um é interpretada segundo sua experiência de vida. Daí decorre à necessidade de cada ser humano desenvolver, sempre mais, a habilidade comunicativa. Os cuidados com a linguagem, o estilo e o momento de executá-la, de uma ou outra forma, são imprescindíveis. Eis, alguns atos lingüísticos importantes: a) as afirmações - descrevem um fenômeno com neutralidade, sem juízo de valor. É a forma mais imparcial no processo de comunicação e a que menos afeta emocionalmente as pessoas; b) as declarações - definem a realidade. Declarações feitas por pessoas que não detém o poder formal, tornam-se inválidas. Faz parte do papel do declarante assumir a responsabilidade pelo que declarou e suportar conseqüências das mudanças nas regras do jogo; c) os julgamentos - incluem opiniões pessoais influenciadas por valores e crenças. Além das conversas informais, os juízos se estendem no ambiente de trabalho, entrelaçando-se nos outros tipos de linguagem. Sorrateiramente, como quem não quer nada, o juízo de valor vai influenciando o comportamento das pessoas, nem sempre de forma positiva; d) as solicitações e ofertas - são usadas quando se pretende gerar compromissos na equipe; e) as promessas - configuram o futuro. A cada solicitação segue-se uma oferta, atrelada a resultados negociados.
Feitas essas considerações, é importante para quem manda saber aquilo que pretende de seus colaboradores. Se a pessoa deseja obter adesão às suas idéias e projetos, então deve usar a linguagem de solicitação, evitando qualquer crítica ou referência a fracassos do passado. Apontar êxitos, indicar pontos fortes, desafiar para a ação, negociar metas, definir formas de acompanhamento de resultados e qualificar o potencial das pessoas, são atitudes que agirão como fonte de estímulo. Se o objetivo do processo comunicativo é declarar mudanças, deve-se usar a linguagem de solicitação e ofertas, para que as mudanças sejam compreendidas e aceitas. E para que a pessoa consiga, de fato, o sucesso, a linguagem afirmativa é a preferida. Por ser neutra, auxilia todas as outras formas de linguagem. Assim, o desafio maior é utilizar palavras construtivas e imparciais, eliminando os juízos de valor. É preciso compreender, finalmente, que as palavras, no universo do trabalho, podem mudar, completamente, a realidade e transformar pessoas improdutivas em trabalhadores de grande potencial.
DICAS DE GRAMÁTICA
A PÉ, DE PÉ, EM PÉ, como usar essas formas?
* Estar a pé = estar sem carro, "desmotorizado". Ir (vir, viajar etc.) a pé = deslocar-se sem qualquer tipo de veículo.
* Estar / ficar de pé = continuar firme, subsistir, resistir, manter-se.
* Estar em pé = estar ereto sobre seus próprios pés, sem ser sentado ou deitado. Nesta acepção, também se diz de pé: Permaneci de pé / em pé a missa toda.