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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

MANIFESTO PELA DIGNIDADE BRASILEIRA

 

 

 

Manifesto, aqui, a minha indignação ao ver a nossa Suprema Corte corrompida pelos Petralhistas. Tudo uma vergonha para os brasileiros dignos.Eu estudei muito, trabalhei 36 anos no Magistério Superior, em prol de uma educação de qualidade. Hoje estou frustrada, parece que o país não tem jeito.

De outro lado, eu observo que tudo isso que vivenciamos retrata a população do país que colocou essa quadrilha no Governo do Brasil. E, o pior, mesmo as pessoas esclarecidas e indignadas --- assim como eu – não levam suas indignações para as ruas. É preciso haver um grito de GUERRA: FORA, BANDIDOS! Eu tenho esse direito, sou brasileira, trabalhadora, educadora, tenho uma vida dedicada às causas nobres. Eu sou uma cidadã que tem os brios feridos.

Não me censurem, mas QUERO OS MILITARES DE VOLTA, DEMOCRÁTICOS, marcando novas eleições em 6 meses, com um decreto: NENHUM DOS ATUAIS POLITICOS ELEITOS, PODERÁ CONCORRER A NENHUM CARGO POR 12 ANOS.

Essa, talvez, seja a saída para que a nova geração possa recomeçar tudo de modo limpo, imprimindo um novo modelo político no país. Estou cansada desses mascarados, descarados, ganharem dinheiro, aposentarem-se com rios de dinheiro. E, nós, professores, ficamos com as migalhas que sobra das quadrilhas e esquemas.

Quanto ao SUPREMO, destituição de todos os ministros, (bons e salafrários), e remodelação do sistema de escolha. Que os novos ministros sejam eleitos pelos seus pares, numa lista de antiguidade e, ao se completarem as vagas, haverá uma lista de suplentes. Eleição no SUPREMO a cada 4 anos. Quem fez babaquice pula fora e vai mofar na cadeia. Não se brinca com os valores de uma nação, nem com os brios de seu povo. Não querem ouvir às vozes das ruas?! – Deixem os cargos e vão para casa com um salário mínimo, como vivem a maioria das famílias brasileiras.

E, mais: toda eleição deve ser coordenada pela OAB, sempre atenta e vigilante para não haver ‘petralhice’. Pisou na bola, sai fora. O povo deve ser ouvido, nos casos, em plebiscito.

Hoje estou sufocada, guardo a dor desse “Estado de Sítio”, onde o PT faz todas as manobras, assalta o país, os brasileiros e nada acontece. O silêncio dói nos ouvidos, ele anuncia a continuidade deste estado de sitio...

Para mim, esse processo do Mensalão revela um dos episódios mais vergonhosos da história política do nosso País, pois os elementos probatórios do Ministério Público expõe, aos olhos de uma nação estarrecida, perplexa e envergonhada, um grupo de delinquentes que degradou a atividade política, transformando-a em plataforma de atividades criminosas. E, muitos permanecem em berço esplêndido, com elevados salários. O povo, esse que fique na miséria do salário mínimo de 678,00, educação, saúde, segurança, habitação, transportes, tudo da pior qualidade.

Desse cenário, o que eu vejo são homens que desconhecem a República, pessoas que ultrajaram as instituições e, atraídos por um perverso controle do poder, vilipendiam os signos do Estado Democrático de Direito e desonraram, com seus gestos ilícitos e marginais, a ideia pulsante do texto de nossa Constituição. Na hora de colocar algemas nos bandidos, 5 ministros do Supremo, ofertaram Pizza. QUE VENHAM OS MILITARES POR ORDEM NESSA DESORDEM!

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

PASSADO E PRESENTE–Fragmentos de vidas

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Tarauacá do passado – memória

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Tarauacá de hoje – mesmo local após 100 anos.

Estimado Isaac Melo,

Estive aqui refletindo como escrever algo para acarinhar o homem ilustre, amigo e nobre que és tu. E mais: fazer isso usando poucas palavras. Então eu procurei sentir o significado de ser amigo, ser íntegro, corajoso, valoroso filho de Tarauacá.

Foi então que me veio à mente existir pessoas que queremos por perto porque sabem ouvir; sabem conversar como se estivessem sentadas ao nosso lado, mesmo estando longe; sabem repartir alegrias, histórias no tempo da vida; percebem quando precisamos de incentivo; oferecem flores para alegrar o nosso dia; são gentis e generosas. Tu reúnes tantas coisas belas que não encontro as palavras para traduzir essa pluralidade singular. Mas tudo isso és tu, a tua essência seringueira, uma reunião de humanismo, força, coragem, integridade, sabedoria, humildade.

Então, como não ficar emocionada?! Sinto orgulho em dialogar contigo. Por isto tudo estou aqui, outra vez, para agradecer a delicadeza e grandeza de tua mensagem. Ela trouxe mais fortalecimento para a minha alma. Por tuas palavras eu viajo no tempo, na região do nosso berço, e sinto mais forte a importância de olhar para o horizonte, para o alto. Sei que de lá vem a força, a coragem e a vontade de lutar pelos nossos objetivos.
Quando olhamos para o horizonte ou para o alto das árvores amazônicas, avistamos o quanto somos pequenos perante a vida. E, neste olhar infindo, definimos, com mais afinco, que os nossos sonhos podem ser realizados, isso porque nos fortalecemos nas águas caudalosas dos rios, riachos e igarapés de Tarauacá. Daí, torna-se compreensível o nosso crescimento espiritual, conforto de nossas almas.

Eu desejo a ti, meu jovem amigo, que continues a subir as tuas montanhas, com determinação, e que tua fé seja a tua força para chegar ao topo delas, igualmente as sementes da Samaúma, que voam ao sopro do vento, para povoar e fazer altaneira a Floresta que embalou nossos sonhos infantis. Tu sabes que o voo até a Lua não é tão longo como se imagina. As distâncias maiores que devemos percorrer estão dentro de nós mesmos. Siga as tuas trilhas, ruas, avenidas, rios, lagos, ao alcance do mar.

E eu sei, assim como tu sabes, que a vida só pode ser compreendida olhando-se para trás. Mas só pode ser vivida olhando-se para a frente. Assim, eu sinto em ti, nas tuas palavras, o espelho por onde os justos deveriam se olhar para construir um mundo mais humano e mais feliz. Pois olha o que me dizes: (não posso guardar tão preciosa lição de vida, tradução da nobreza de ilustre tarauacaense --- esse gentílico é um trava-língua, heim?)

Querida Luísa,

fico profundamente lisonjeado por suas palavras. Oxalá esteja eu à altura delas. No entanto, vindas de você, sei que são sinceras. E acolho-as como um grande prêmio. O que torna nossas almas semelhantes é mais que o caráter histórico-territorial a que pertencemos, o que, para nós, não é pouco. Irmanamo-nos porque antes de tudo amamos a sabedoria, o ser humano e as coisas simples e autênticas da vida. Você e eu somos filhos de seringal, irmãos das matas, dos pássaros, das águas. Deves lembrar como é altaneira e majestosa as samaúmas de nossa terra. E quem imagina que suas sementes sejam tão pequenas e leves, que, quando rompe a vargem que as envolve, são levadas pelo sopro manso floresta adentro. O intinerário humano, penso, é semelhante ao da samaúma. Nascer pequeno, no húmus, até agigantar-se, sem, todavia, desarraigar daquela humildade primordial. Você, minha amiga, é grande. Mas não cultiva a grandeza para si, e nisso reside verdadeiramente a sua grandeza. Há tantas pessoas por aí repletas de títulos e ensoberbadas de si. Eles são seus títulos, e nada mais. Enquanto você, e tantos outros, nos oferece a sua alma. Uma alma prenhe de ciência e amor. E ainda que “falássemos a língua dos homens e dos anjos se não tivéssemos amor” toda a melodia de nossa vida não passaria de um ruído desagradável. Quero pensar na vida como uma canção. Cada um é uma nota. O que faz uma bela melodia é a harmonia das diferentes notas. É pobre de mais a canção e as vidas de uma nota só. A canção humana se torna mais bela com a multiplicidade de nossas almas a se cruzar. Tantas vezes os corpos físicos estão distantes, mas as almas dançam juntas onde quer que estejam. Só o coração vai aonde os olhos não alcançam.
Se me destes a honra de chamá-la de amiga, permita dizer também minha mestra. Sede de sabedoria lateja em mim, e encontro em você uma fonte, um igarapé abundante. Desculpe minhas pobres palavras, disse o autor de ‘Doutor Fausto’ que o essencial não se ajusta inteiramente às palavras. E penso ter ele razão. No mais, sigo o conselho de Proust, o de que devemos ser gratos às pessoas que nos propiciam felicidade, pois são elas os encantadores jardineiros que nos fazem florir a alma.

Bebeu palavras preciosas,
Seu espírito cresceu forte.
Não mais sentiu que era pobre
E sua estrutura pó.
Em dias sombrios dança
E este legado de asas
Não foi mais que um livro. Um só.
Que voo sereno e certo
O de um pássaro liberto!
Emily Dickinson

Em tua homenagem, Isaac Melo, trago, aqui, um poema-hino à nossa Tarauacá, aos tempos de infância, a tua poesia a cantar um pouco da nossa história.

SERINGAL - Isaac Melo

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Às margens do Rio Acre

a recordar o meu Tarauacá

sentir um aperto no peito

ao ver as águas a galopar

sob o corcel de um repiquete

e por um momento juro que vi

enquanto gorjeava o canoro Bem-te-vi

os navios gaiolas a atracar

uma multidão a acenar

outras a chorar...

vi balsas de borracha

vi regatão

vi seringueiros

vi batelão

vi catraieiros

              pra lá e pra cá...

vi o banzeiro

e o remo a fazer

              chuá, chuá...

À minha saudade que vive a vagar

por entre igapós e matagal

vou abrir seringal

onde possa enfim descansar...

* Versinhos dedicados à Leila Jalul, Luísa Lessa e Simone Bichara.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

A ESCOLA DE HOJE É DOS DIFERENTES E DA DIVERSIDADE

 

Embora a escola de hoje seja o espaço “dos diferentes e da Diversidades”, não deixa de ser o lugar onde se prepara os seres humanos para o viver em harmonia, ética, solidariedade. Não pode esse sagrado espaço permanecer, como hoje, num lugar de barbárie, onde acontecem furtos, agressões, prostituição, desrespeito à vida, aos valores éticos, morais, religiosos das pessoas.

O artigo está motivado pelos noticiários de TV, jornais e demais meios de comunicação de massa, que mostram, em todo o mundo, as mazelas geradas pela violência dentro do ambiente escolar. Esses fatos geram comoção nos educadores, que vêm esforços e recursos jogados no lixo. O fato é que a violência adentrou nos muros escolares fazendo-se marcante e presente. Afinal, o que estará acontecendo com esta “sacrossanta” escola que pretende apenas educar?

Além dessa gritante violência e desrespeito, dentro do espaço escolar, esses malefícios vazam além das paredes e muros, atingem, em cheio, a sociedade. São jovens que fazem uso de arma, drogas, bebidas, a praticar barbárie no meio social, sem escolher raça, cor, crença. Matam os pais, a família inteira e muitas vezes também se matam. É uma realidade louca, preocupante, uma agressão generalizada a deixar a sociedade engessada, considerando que se torna refém de jovens agressivos, violentos que não respeitam nada. Parece, até, que o mundo tornou-se um “ringue”, onde os valores morais, a ética e a educação são pisoteados em favor de quem tem mais força, mais maldade, mais malícia. As manifestações violentas assumiram formas variadas, sutis e, muitas vezes, perversamente camufladas por trás de um cenário tranquilo na dinâmica das relações sociais.

Não há respeito aos professores, aos colegas, à comunidade. Parece-me que o mundo perdeu a direção e a educação não consegue tomar “ o lema” dessa grandiosa tarefa de educar para a cidadania, para a ética. O mundo se tornou egoísta, onde cada pessoa olha para si própria, esquecendo-se que faz parte de um sistema que não poderá ir bem se as pessoas estão desintegradas, as famílias destroçadas, a educação sem meios para realizar a grandiosa tarefa de educar para a vida, educar para o mundo.

É consenso, entre as pessoas, que a violência escolar é uma questão que deve ser analisada e estudada na atualidade, tendo em vista que as consequências atingem, em cheio, a sociedade como um todo. Daí decorrem inúmeros dramas sociais: criminalidade, prostituição, desemprego, fome, miséria, flagelo humano. Quando se pensa numa educação que priorize a qualidade e o bem estar da juventude, que almeje inserir o jovem na sociedade e no mercado de trabalho, não há como se fugir do ideal de uma convivência democrática e solidária, no ambiente escolar, nas famílias, na sociedade. Para Ortega e Del Rey (2002), “(...) em todas as comunidades, qualquer que seja sua cultura, as pessoas têm uma aspiração comum: a busca pela paz, a eliminação definitiva da guerra e da violência, e a luta diária para melhorar a qualidade de vida dos que os rodeiam”.

Este século XXI trás modificações marcantes como a globalização, mudanças econômicas, avanços tecnológicos, diversidade cultural e tantas outras questões que se levaria tempo para abordá-las. Logicamente que esse cenário tão diverso do século passado não poderá ter por modelo uma ‘educação do século passado’. O mundo exige uma mudança de paradigmas, mudança no perfil dos educadores e dos gestores escolares. Uma mudança reflexiva capaz de acompanhar às necessidades do tempo atual. Questões como a violência escolar apresentam relevância no atual quadro educacional. A escola de hoje suscita mudanças, requer um aprendizado para lidar coma essa gigantesca heterogeneidade de pessoas, problemas, conflitos. É um mundo que necessita, urgentemente, de políticas eficazes, capazes de educar os jovens, dar suporte aos professores, chamar a atenção das famílias para suas responsabilidades.

Nesse cenário fica-se com as palavras do educador Chrispino e Chrispino (2002), ao dizer que “(A) escola de antes era a escola dos “iguais”. A escola de massa e do futuro será a escola dos “diferentes” e da diversidade, o que pede uma gestão escolar apropriada, a partir da visão do futuro que nos aguarda”. Por isso tudo é urgente políticas eficazes para lidar com o jovem de hoje e preparar a nação para viver o amanhã sem guerra aramada, todos em paz, vivenciando a ética e o respeito ao próximo. Todos merecemos vida digna. A violência impede o ser humano de ser feliz. É preciso pensar na vida e não apenas correr pela vida, como se não fosse possível correr e pensar ao mesmo tempo.

DICAS DE GRAMÁTICA

QUAL A FORMA CORRETA: BRÓCOLO, BRÓCOLI, BRÓCOLOS OU BRÓCOLIS? 

- As formas corretas se definem por brócolis ou brócolos, igualmente óculos, substantivos utilizados apenas no plural.

QUAL O CERTO: HORÁRIO DE PIQUE OU HORÁRIO DE PICO?

As duas formas são consideradas corretas. De acordo com o dicionário Aurélio, pique (do inglês peak), possui três significados distintos: 1 – o auge; 2 – disposição, entusiasmo; 3 – agitação. Dessa forma, tem-se que o substantivo pico (o qual deriva do verbo picar) representa o cume agudo da montanha, mas também representa o sinônimo de pique, relativo às acepções semânticas “1” e “3”.

domingo, 15 de setembro de 2013

Do igarapé Humaitá, Seringal São Luís –Tarauacá/Acre – para Issac Melo

Do igarapé Humaitá, Seringal São Luís –Tarauacá/Acre – para Isaac Melo

Estimado Isaac Melo,

Eu agradeço por cada palavra tua. E, neste texto, eu me curvo diante de ti, um homem que tem por berço a imensa Selva Amazônica. Talvez, por isso, tens essa tamanha grandeza e generosidade. Sabes como se faz para alcançar os frutos no alto das árvores e vencer os medos da misteriosa floresta que embalou nossas vida. Minha eterna gratidão.

Um abraço faternal.

Luísa

Caríssima Luísa,

Deixei este texto como homenagem a seu trabalho e a você. Veja com mais detalhe lá no “Alma Acreana”. Eis aqui um fragmento:

"Segundo a etimologia, Luísa, palavra de origem germânica, significa “guerreira gloriosa”, “combatente famosa” ou mesmo “famosa nas batalhas”. Neste caso, vemos como faz jus a seu nome, a professora Luísa Galvão Lessa Karlberg, nascida nas cabeceiras do igarapé Humaitá, afluente do rio Muru, de onde se levava oito dias de barco até atingir Tarauacá. E nossa guerreira teve que se pôr em marcha, e enfrentar as mais diversas batalhas. Formou-se em Letras, fez mestrado, doutorado e pós-doutorado no Canadá. E pouco a pouco fora se tornando famosa nas batalhas; e mais que famosa, a guerreira amada. Porque não é a batalha que torna grande o guerreiro; é antes o guerreiro que faz ser grandiosa e memorável a batalha. E o amor? O amor fora a arma por excelência dessa guerreira. Amor que brota generoso de seu coração como água de igarapé, tal como aquele que tanto a banhou. Amor, cuja expressão, foi, sobretudo, uma vida dedicada à educação. E como fez saber certo poeta, “a alma vive mais onde ama que no corpo que ela anima”. O educador é um amante por excellence. Ele não dá a asa pronta. Ele é o vento necessário que impulsiona para o voo. Não é o ‘sabedor’, é o desperta ardor. Foi o velho Rui Barbosa quem disse que um sabedor não é um armário de sabedoria armazenada, mas transformador reflexivo de aquisições digeridas. Mas, como só o mau artista se contenta com a obra que faz, a professora Luisa vê seu trabalho como algo sempre a melhorar. É a primeira crítica do próprio trabalho. Por isso, não se tornou uma sedentária do saber, mas uma sedenta de saberes e uma peregrina da vida. E é da vida que retira o seu material de saber, com o qual tece o viver. E, aqui, me faz lembrar aquele poeta lisboeta: “e os meus versos são eu não poder estoirar de viver”. Seus textos são extravasamento de vida. Não é um texto para demonstrar erudição, que, deveras, não lhe falta. É uma professora que ama, que se dá por meio do que escreve, do que ensina, do que vive."

clip_image001Barrancas do Humaitá --- isso aqui se chama “selva”.

A GUERREIRA GLORIOSA clip_image003

Segundo a etimologia, Luísa, palavra de origem germânica, significa “guerreira gloriosa”, “combatente famosa” ou mesmo “famosa nas batalhas”. Neste caso, vemos como faz jus a seu nome, a professora Luísa Galvão Lessa, nascida nas cabeceiras do igarapé Humaitá, afluente do rio Muru, de onde se levava oito dias de barco até atingir Tarauacá. E nossa guerreira teve que se pôr em marcha, e enfrentar as mais diversas batalhas. Formou-se em Letras, fez mestrado, doutorado e pós-doutorado no Canadá. E pouco a pouco fora se tornando famosa nas batalhas; e mais que famosa, a guerreira amada. Porque não é a batalha que torna grande o guerreiro; é antes o guerreiro que faz ser grandiosa e memorável a batalha. E o amor? O amor fora a arma por excelência dessa guerreira. Amor que brota generoso de seu coração como água de igarapé, tal como aquele que tanto a banhou. Amor, cuja expressão, foi, sobretudo, uma vida dedicada à educação. E como fez saber certo poeta, “a alma vive mais onde ama que no corpo que ela anima”. O educador é um amante par excellence. Ele não dá a asa pronta. Ele é o vento necessário  que impulsiona para o voo. Não é o ‘sabedor’, é o desperta ardor. Foi o velho Rui Barbosa quem disse que um sabedor não é um armário de sabedoria armazenada, mas transformador reflexivo de aquisições digeridas. Mas, como só o mau artista se contenta com a obra que faz, a professora Luisa vê seu trabalho como algo sempre a melhorar. É a primeira crítica do próprio trabalho. Por isso, não se tornou uma sedentária do saber, mas uma sedenta de saberes e uma peregrina da vida. E é da vida que retira o seu material de saber, com o qual tece o viver. E, aqui, me faz lembrar aquele poeta lisboeta: “e os meus versos são eu não poder estoirar de viver”. Seus textos são extravasamento de vida. Não é um texto para demonstrar erudição, que, deveras, não lhe falta. É uma professora que ama, que se dá por meio do que escreve, do que ensina, do que vive. 

Atualmente a professora Luísa Lessa pertence à Academia Acreana de Letras, à Academia Brasileira de Filologia, e teve alguns de seus textos adotados pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Nutro uma profunda admiração pela professora Luísa. Dela retiro a lição: os grandes homens, as grandes mulheres não nascem prontos. Fazem-se. E tantas vezes a ferro e fogo. Mesmo que exerça alguma influência, não podemos fazer do meio e das condições sócio-econômicas desculpas para o fracasso de nossas vidas. Somos aquilo que podemos ser, que queremos ser e que nos permitimos ser. Como dizia o nosso geógrafo Milton Santos, os orgãos da inteligência são dois: o cérebro e a bunda. É sentar, e ler, ler, ler... no entanto, como nos faz saber Luísa, sem descuidar do amor, “pois só quem ama escutou o apelo da eternidade”.

Do igarapé Humaitá, Seringal São Luís –Tarauacá/Acre – para Issac Melo (brilhante jornalista e escritor)

Estimado conterrâneo Isaac Melo,

As tuas palavras tocaram profundamente o meu coração. Não resisti a tanta emoção e as lágrimas banharam meu rosto. Mas, felizmente, elas não são de tristeza, pelo contrário, são de intensa gratidão a ti e à vida que me deu tão bons e fraternos amigos. Encontro em ti – um brilhante jovem de Tarauacá – a compreensão às minhas palavras “Memória para a posteridade”. É, de fato, um grito da “Alma Acreana” para outra alma irmã.

E tu sabes, meu nobre amigo, que nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer. Esse sentimento sempre me moveu. A vida exige de nós - o tempo todo - uma grande capacidade de adaptação, mudanças, enfretamentos, superação. E aqueles que temem a mudança nunca vão adiante, levam uma vida estática por medo de novos desafios decorrentes da nossa existência.

Eu sempre procurei superar os desafios desde muito jovem. Sai de casa aos seis anos de idade para um colégio alemão. Agarrava-me às pernas de meu pai para não ir e ele dizia: “filha, é preciso ir, estudar é a grande saída”. Foi aí que comecei a aprender a transformar sentimentos menos elevados em prol da grandeza da vida, da escola, do conhecimento.Compreendi, desde cedo, que o caminho do coração é o caminho da coragem. Deixar o passado para trás e deixar o futuro SER. Também aprendi que a vida é perigosa, mas somente os covardes podem evitar o perigo, mas aí já estão mortos. Somente quem nasceu no seio da Floresta Amazônica – como eu e tu, dentre tantos outros – sabe o significado dessa palavra CORAGEM. Ela é interessante, vem da raiz cor, que significa coração. Portanto, ser corajoso significa viver com o coração. E os fracos, somente os fracos vivem com a cabeça. Receosos, eles criam em torno deles uma segurança baseada na lógica. Com medo, fecham todas as janelas e portas - com teologia, conceitos, palavras, teorias - e do lado de dentro dessas portas e janelas fechadas, eles se escondem.Nós não nos escondemos. Eu, assim como tu, fomos à luta, ‘caímos no mundo’, como se diz popularmente.

Por isso, para nós, a coragem é por em risco o conhecido em favor do desconhecido, o familiar em favor do estranho, o confortável em favor do desconfortável. É um jogo arriscado, duro, mas somente os destemidos sabem o que é a vida. Ela não brinca, não aceita piadas. Ela é “pão, pão, queijo, queijo”. O nós, nesta vida, estamos, sempre, frente ao desconhecido, não temos ‘bola de cristal’, mas fazemos por acertar, porque agimos com amor, alma limpa.

Decepções fazem parte da vida, como disse, não nasci póstuma. Foram as decepções que me ensinaram o caminho das pedras. Muitos dias tropecei, cai, chorei. N’outros caminhei tranquila, talvez passando pelas mesmas pedras, mas com os pés fortalecidos pelos ensinamentos das duras e difíceis caminhadas.

De tudo que vivi e ainda vivo, eu confesso que por vezes sinto solidão. É nestas horas que eu penso no ‘meu igarapé Humaitá’, minhas raízes, aí ergo-me na certeza que nunca vou me deixar abater, não por soberba, mas pela coragem de alguém que bebeu as daquelas águas turvas e, anos mais tarde, caminhou às margens do rio Danúbio, um sonho de infância.

Aristóteles disse “Eu chamo de bravo aquele que ultrapassou seus desejos, e não aquele que venceu seus inimigos; pois a mais dura das vitórias é a vitória sobre si mesmo”.

Finalmente, meu prezado conterrâneo e amigo, para enxugar o meu pranto, neste momento de intensa emoção – vejo um filme com muitas histórias – eu te digo o seguinte: o Amor e a Ternura são sentimentos revolucionários, eles sempre deram norte a minha vida. Eu amo a família, os raros amigos, minha sublime profissão. Desta última fiz meus votos de fé. Tem dado certo. E o melhor de tudo é que embora nós dois estejamos distantes, estamos nos olhando sempre.  Como diz Guimarães Rosas"...o mais importante e bonito do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. E nós, ao que tudo indica, temos afinado a canção tarauacaense. Que Deus te ilumine e te abençoe.

Grande abraço,

Luísa

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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

MEMÓRIA PARA A POSTERIDADE

Ninguém nunca saberá o quanto custou a minha jornada: as horas aos estudos, ao silêncio, às conquistas, aos familiares, às confissões comigo, as perguntas, as decisões, a dor, a solidão, as renúncias, a separação, as perdas, a saudade, a alegria, as vitórias. São coisas somente minhas.  Eu sei que algumas pessoas nascem póstumas. Não é o meu caso. Sou uma ribeirinha que conquistou o mundo com muita luta. Nada foi fácil, muitos espinhos, rios, riachos, montanhas e, também, abismos. Alcancei vitórias para uma pessoa que nasceu no interior da Floresta Amazônica, onde não existia rádio,luz elétrica, sem bonecas, brincando de anmarelinha, mas leu muitos livros e por eles empreendeu numerosas viagens. Mas nem por isso eu estaria em completa contradição se esperasse, hoje, encontrar ouvidos e «mãos» prontos para as «minhas» verdades. O que hoje ouço de mim é que falta muito para alcançar, as mãos estão ainda abertas, os olhos atentos para as luzes do mundo. Minha alma abraça a vida, isso parece-me mesmo normal. Sou uma peregrina da vida! E nela aprendi que a sabedoria da vida é sempre mais profunda e mais vasta do que a sabedoria do seres humanos e dos livros. Imannoel Kanta já dizia, sabiamenta que sabedoria das mulheres não é raciocinar, é sentir. Eu sinto, profundamente, a VIDA!

 

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domingo, 8 de setembro de 2013

EDUCAÇÃO E ÉTICA SÃO A SALVAÇÃO DO MUNDO

 

Embora educação e a ética estejam relacionadas desde a Antiguidade, observa-se um distanciamento entre a teoria e a prática neste mundo contemporâneo. Pois ao tempo em que as pessoas reconhecem ser a educação o motor do mundo, o governo não valoriza os profissionais de educação e as verbas para esse fim são ínfimas. Falam-se de novos investimentos, mas no real as instituições públicas, de ensino, estão sucateadas.

E nesse mundo onde a ética deve vir em primeiro plano, no sistema educacional do Brasil, por exemplo, não há diretor, nem orientador ou professor que não se digam comprometidos com a relevância da ética para o agir educativo. Mesmo assim, ao primeiro olhar sobre a estrutura curricular e o quotidiano escolar, constata-se que a ética ocupa um lugar muito singelo, muitas vezes só um pequeno recorte disciplinar ou, quando muito, a uma atividade transversal no ambiente das escolas. É preciso ir além. A vida sem ética é um campo minado que pode explodir, afundar a qualquer momento.

Observa-se, no país, na raiz desse aparente e real desinteresse, uma questão urgente concreta, que merece resposta na mesma proporção: o que pode ou deve a escola fazer, em termos de educação ética? E, mais, nesse contexto de sociedade dita “democrática e pluralista’, que não dispõe de valores onde haja consenso por parte das políticas públicas, das grades curriculares, capazes de inculcar nos jovens valores ou formas de comportamento que os conduza a um futuro mais seguro e melhor? O que faz o Brasil pela valorização da ética como conduta de vida? Ética se aprende aonde?

Parece, nesse cenário frio, onde a sociedade multicultural ainda não está fortalecida ou consciente da importância da mobilidade social, nessa era de globalização, as coisas estão a ir embora pelo “ralo do descaso”, da “enganação”. Se diz que vão fazer, mas não fazem, iludem a população. Deve-se olhar que o mundo mudou, logo a política educacional deve mudar, avançar, multiplicar seus valores e visões, que irão se refletir no ser humano, que deve ser, SEMPRE, o centro do Universo.

Mas o que se avista é um alheamento, uma disparidade entre o ensino, a educação e a ética. Não são, somente, diferenças macro, como são entre primeiro e terceiro mundo. Há diferenças microculturais existentes no interior das comunidade, entre os vários grupos sociais, culturais e étnicos, todos a exigir, de forma diferenciada, educação e ética. A escola é o ambiente sagrado, sacrossanto, onde as famílias devem deixar seus filhos em segurança, para que possam trabalhar e ajudar a escola a Educar o Mundo. Os professores, sozinhos, não vão “salvar” os jovens. Os profissionais necessitam de motivação, preparo e bons salários.

Nesse contexto, entendo que a escola atual encontra-se diante de um desafio de difícil solução: como aproximar a educação das necessidades sociais e do mundo ético? Como despertar nas autoridades o dever de fazer cumprir os preceitos constitucionais? Como fazer nascer no seio da sociedade a consciência de que sem educação e ética o mundo caminha para o caos? É urgente valorizar a Educação, o Educador, o jovem educando.

Tanto essa questão é premente que, no mundo moderno, essa noção de VALOR é retomada por Thomas Hobbes (1588-1679), que diz o seguinte: “ o valor não é absoluto, mas depende da necessidade de um juízo”. Valor, portanto, é aquilo que é estimado como tal, através de um juízo, por um grupo de pessoas que constitui a sociedade. E enquanto a Educação não for considerada “valor”, a sociedade não irá recebê-la com qualidade.

E para implantar esse sonhado sistema educacional de valor ético, a natureza humana deve se submeter a regras de disciplina, cultivo do saber, respeito às pessoas, valor à vida, moralização dela. Todavia, esses papéis não podem ser desempenhados somente pelo professor. Deve haver compromisso político do governo, com a participação de toda sociedade. Assim, todos devem saber que o professor transmite informações e o educador educa para a vida.

Acredita-se que “O bom professor”, deve estar, ele mesmo, comprometido com a ideia de liberdade, a qual é ao mesmo tempo o objetivo de sua atividade educativa, na medida em que almeja transformar o educando num cidadão esclarecido, maduro, autônomo, capaz de se autodeterminar, bem como responder por seus atos.

Do ponto de vista educacional, isto significa que o professor deve levar os seus alunos a refletir sobre quais são os valores com os quais podem sentir-se comprometidos e responsáveis. A tarefa educativa fica reduzida ao estímulo da reflexão pessoal e do esclarecimento e orientação aos alunos. Cada indivíduo é responsável pela construção de sua própria vida. E, naquilo que diz respeito aos valores de ordem pública e social, serão as contribuições científicas e técnicas que irão decidir o futuro da nação, dos jovens, da educação de qualidade. Avança, Brasil!

DICAS DE GRAMÁTICA

Diferença entre “onde” e “aonde”

Onde = que lugar, em que lugar, qual lugar. Indica permanência, uma ideia estática, o local em que se encontra ou ocorre algo. Vem normalmente acompanhado de verbos que indicam estado ou permanência.

Exemplos:

Onde você está?

De onde você está teclando?

Não sei onde ele estava e nem perguntei.

Afinal, onde você mora?

Aonde = a que lugar, para onde. É a junção da preposição “a” + onde. Dá a ideia de deslocação. Vem normalmente acompanhado de verbos que indicam movimento como ir, chegar, retornar, voltar e outros.

Exemplos:

Aonde você vai a essa hora?

Aonde nos levará esse avião?

José ficou perdido, simplesmente não sabia aonde ir.

A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.