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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Alma gêmea de minh’alma

 

 

mapa-do-amor1

Alma gêmea de minh’alma...
energia que enche de esperança a minha vida....
Fonte onde posso alimentar a sede
dos sonhos, nostalgias e magias.
Eu estava a partir para outro espaço,
na busca de um eu para o meu caminho.
Mas, inesperadamente, chegaste devagarinho,
E encheste-me o coração outra vez.
Será agora para o SEMPRE?

Alma gêmea de minh’alma...
Se me queres tão intensamente, tece-me de felicidade,
abraça-me com sinceridade e diz-me a palavra mágica:

I love you!!!

I Love you...

I Love you...

Tantas e tantas vezes,

Assim a provar o mel que nasce da boca.

Alma gêmea de minh’alma,
Se eu te perder outra vez,
serei de ti a eterna saudade,
a lembrança que não se apaga jamais,

A dor mais doída,

A ferida que não cicatriza.

Alma gêmea de minh’alma,
Se um dia novamente me deixares,
entre as curvas dos caminhos,
haverás de mergulhar entre espinhos,

Porque as flores não mais verás.

Os teus olhos se fecharão na luz,

E eu permanecerei nos dias teus

Sendo a tua claridade no Céu.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O QUÊ É A VERDADE?

 

 

                                                            verdade3                                                                                                                                                                                                                

Nós educadores, professores, pesquisadores, lidamos, cotidianamente, com pessoas das mais diversas naturezas, crenças, sonhos, religiões, olhares sobre a vida. E o que a gente percebe, mesmo em família, é que cada ser humano possui seu mundo e nesse mundo estão as suas verdades. Por isso este texto de hoje, uma reflexão sobre os conceitos, as visões daquilo que se chama “VERDADE”.

Entende-se, à luz do humanismo, que a busca pela verdade passa necessariamente pelo combate contra o dogmatismo, a crença de que o mundo é tal como observado e percebido inicialmente, sem possibilidade de contestação. Essa atitude dogmática é conservadora, evita novidades e modificações, enraizando-se em crenças e opiniões, o que conduz, muitas vezes, ao fanatismo ou erro. Todavia, assim como o mundo muda, avança, também as pessoas, com seus saberes, crenças, opiniões, leituras da vida e do mundo. Esse mundo é um mundo povoado por pessoas, cada uma diferente da outra. Uma gosta do azul, como o Rei Roberto Carlos; outras não gostam do azul, preferem o branco, o vermelho etc. O fato, acredita-se, que assim como mudam os olhares sobre a vida, igualmente os seres humanos possuem valores e crenças sobre aquilo que tomam por “verdade”.

Se as pessoa tivessem pensamentos iguais, sentimentos iguais, olhares semelhantes sobre a vida e o modo de estar nela, o mundo viveria sem conflitos. Acontece, porém, que o ser humano carrega consigo um mundo que é unicamente seu. Logicamente nesse mundo particular os conceitos pessoais mudam. E essa mudança acontece pela própria natureza das pessoas que são diferentes umas das outras.

Pois bem, tomando por base a reflexão sobre aquilo que se chama “VERDADE”, busca-se, na Filosofia, orientações capazes de nortear ou aclarar essa percepção que cada ser possui sobre aquilo que se chama “Verdade”. Não é um texto científico, mas uma breve análise sobre temática tão fascinante e que, certamente, trará luz aos nossos próprios conceitos e convicções.

No correr de 25 séculos de conversação filosófica, o grande leitmotiv, o objeto das preocupações dos filósofos tem sido a "Verdade". E, por essa razão o tema da "Verdade" tem sido o cerne de muitas indagações, em todos os tempos, de tal modo que se poderia assentir, peremptoriamente, que a definição do que vem a ser a categoria “Verdade" é polissêmica e assume múltiplas funções semânticas, sintáticas e pragmáticas. Afinal, o que é a Verdade?

Platão inaugura seu pensamento sobre a verdade afirmando: “Verdadeiro é o discurso que diz as coisas como são; falso aquele que as diz como não são”. É a partir daí que começou a se formar a problemática em torno da verdade. Para alguns a verdade é objetiva; para outros é subjetiva. E que nem sempre o que é certo para uns é também certo para os outros. Isso é subjetividade. Na objetividade a verdade aparece igual para todos, ou seja, é absoluta o tempo e em todos os lugares. O que é verdade para uma pessoa é verdade para todos. Ex: Todos precisam de ar para respirar.

No dicionário Aurélio encontra-se a seguinte definição de verdade: “Conformidade com o real”. Talvez merecesse um comentário mais amplo, a afirmação acima de Platão, mas partindo do conceito dado pelo dicionário podem-se chegar as seguintes conclusões: Não existe uma verdade cujo sujeito possa ser o seu detentor; a Filosofia chegou a distinguir cinco conceitos fundamentais da verdade: a verdade como correspondência, como revelação, como conformidade a uma regra, como coerência e como utilidade.

A verdade como correspondência - É a verdade que garante a realidade, ou seja, o objeto falado é apresentado como ele é. Aristóteles diz que: “Negar aquilo que é, e afirmar aquilo que não é, é falso, enquanto afirmar o que é e negar o que não é, é verdade”. Essa definição de verdade é a mais antiga e divulgada.

A verdade como revelação - Trata-se de uma verdade que sob a luz empirista se revelou ao ser humano por meio das sensações, e sob a perspectiva metafísica ou teológica mostrou o verdadeiro por meio de um Ser supremo, Deus, que evidencia a essência das coisas.
A verdade como conformidade – É uma verdade que se adapta a uma regra ou um conceito. E esta noção de conformidade foi usada pela primeira vez por Platão: “... tudo o que me parece de acordo com este, considero verdadeiro,...” e retornando a história, Santo Agostinho afirma: “existe, sobre a nossa mente, uma lei que se chama verdade”. Em suma, a verdade, no sentido da conformidade, deve-se adequar a uma regra ou conceito. Acredita-se que os conceitos mudam de uma pessoa para outra, isso porque o modo de sentir, ler o mundo, os costumes, as práticas sociais, não estão no mesmo nível para todos os seres humanos.

A verdade como coerência - Essa ideia de coerência foi difundida pelo filósofo Bradley. Ele critica o mundo da experiência humana partindo da ideia de que “o princípio de que o que é contraditório, não pode ser real”, isso o fez aceitar que “a verdade é coerência perfeita”.

A verdade como utilidade – Formulada, primeiramente, por Nietzsche: “Verdadeiro não significa em geral senão o que é apto à conservação da humanidade. O que me deixa sem vida quando acredito nele não é a verdade para mim, é uma relação arbitrária e ilegítima do meu ser com as coisas externas”.

A preocupação que se tem é que a verdade, como utilidade, seja algo que faça bem a toda a humanidade. O que não é de práxis para a conservação do bem, pode-se dizer que é verdade?
Toda essa investigação sobre a verdade limita muito esse tema. A verdade possui inúmeros significados, dependendo da pessoa que a defina. Ela continuará sendo uma das questões mais abordadas nestes últimos tempos.

Descortina-se, então, que a ideia contemporânea de verdade foi construída ao longo de séculos, desde a antiguidade, misturando a concepção grega, latina e hebraica. Em grego, a verdade (aletheia) significa aquilo que não está oculto, o não escondido, manifestando-se aos olhos e ao espírito, tal como é, ficando evidente à razão. Em latim, a verdade (veritas) é aquilo que pode ser demonstrado com precisão, referindo-se ao rigor e a exatidão. Assim, a verdade depende da veracidade, da memória e dos detalhes. Em hebraico, a verdade (emunah) significa confiança, é a esperança de que aquilo que é será revelado, irá aparecer por intervenção divina. Em outras palavras, a verdade é convencionada pelo grupo que possui crenças em comum.

A união destes conceitos fez com que Tomás de Aquino terminasse definindo a verdade como expressão da realidade, a concepção em voga entre nós no senso comum até hoje. Mas o grande problema é que a verdade não possui um significado único, tampouco estático e definitivo, sendo influenciada por inúmeros fatores.

Destarte, a construção de um sistema filosófico configura uma verdade dogmática que se contrapõem a outras verdades dogmáticas. Neste sentido, em filosofia existem várias verdades, todas possíveis desde que exista a ausência de contradições, já que somente elementos que se anulam mutuamente poderiam invalidar a verdade.

Ao final da reflexão, indaga-se sobre o que libertará o ser humano dessa prisão do que seja a verdade? A resposta é mergulhar, profundamente, sobre aquilo que nos é apresentado. Fugir do senso comum e criar opiniões próprias. A verdade depende do modo como cada pessoa encara o mundo.

DICAS DE GRAMÁTICA

TEM ou TÊM ou TEEM?  VEM ou VÊM ou VEEM ou VÊEM?

- Se você costuma ter esse tipo de dúvida ou já perdeu seu tempo com esse problema, observe o esquema abaixo:

- Grupo do CRÊ-DÊ-LÊ-VÊ:
Os verbos CRER, DAR, LER e VER são os únicos que na 3ª pessoa do plural terminam em –EEM. Não esqueça que perderam o acento circunflexo, segundo o acordo ortográfico dos países de língua portuguesa:
Ele crê – eles creem;
Ele dê – eles deem (=presente do subjuntivo);
Ele lê – eles leem;
Ele vê – eles veem.
Essa regra também vale para os verbos derivados:
Ele relê – eles releem;
Ele prevê – eles preveem.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

OS BENS MODELARES DE UMA PESSOA DIANTE DA VIDA

 

alegria

 

Há certa altura da vida senti necessidade de tomar difíceis decisões comigo mesma. Então, naquela ocasião eu me perguntei: “ Essa decisão deve vir da razão ou do coração”? Após refletir bastante, tomei a decisão mais alinhada naquilo que pedia o coração. Os resultados não foram aqueles esperados, mas não por culpa minha, muitos outros corações entraram em ação e não souberam negociar comigo. Senti-me derrotada, mas depois senti que havia agido com correção. Por isso mesmo ainda hoje estou tranquila e confiante que o coração não engana e não mente. E embora haja corações egoístas, malabaristas, o meu será, sempre, um coração puro e pleno de amor.

Então, refletindo sobre esse fato passado, as ações presentes e as perspectivas do futuro eu vejo três palavras que embora sejam semelhantes, definem 3 valores humanos que julgo de extrema importância. Delas trata o texto de hoje.

Sob o aspecto conceitual esses valores – VERDADE, SINCERIDADE E HONESTIDADE – são muito diferentes, e cada pessoa possui um referencial e uma profundidade específica para analisá-los. Aqui, faço uma reflexão das nuances de cada uma dessas palavras (ou valores humanos). Para mim são esteios da vida.

VERDADE – Como descrevê-la? É um valor individual que está relacionado à percepção que cada pessoa tem em relação às coisas ou fatos da vida. As experiências vividas, a percepção de mundo, as características de personalidade fazem com que cada um modele a “própria verdade”, sobre um determinado assunto e olhar sobre a vida. Por isso mesmo a verdade parece ser algo individual… E um exemplo claro dessa assertiva é este texto, que traduz “ a minha verdade” sobre este valor humano. Assim, o leitor poderá concordar ou discordar, afinal cada um tem a própria verdade e não há como não perceber isso. Mesmo assim ela deverá ser permeada pela boa lógica da vida.

SINCERIDADE - A“sinceridade” é tratada pelo modelo de classificação de valores humanos como um “valor social”. Se uma pessoa é sincera não necessariamente está sendo ética ou utilizando a consciência sistêmica coletiva. A sinceridade é pessoal, porém afeta o coletivo, positivamente ou negativamente. Tudo depende do contexto e da intenção do agente.

Ser sincero requer coragem e integridade. Muitas vezes ser sincero pode ferir a imagem que as pessoas criam umas das outras. Em outras ocasiões ser sincero fere regras sociais e de convivências. E, às vezes, ser sincero pode ofender ou desapontar pessoas de um modo geral, em função das expectativas que os seres humanos são mestres em criar em relação aos outros.

E a falta de sinceridade? O que ela pode causar nas relações? Em um mundo aberto, onde nossas vidas estão expostas e escancaradas de variadas maneiras – redes sociais, Google, meios de comunicação, informações fiscais, CPF, não é mais possível manter a máscara da falsidade por muito tempo. Está tudo muito exposto, aberto. As verdades afloram. Então, ser sincero é um requisito fundamental à paz e à integridade das pessoas. Por isso, talvez, o adágio popular: “Não faça aos outros aquilo que não quer que lhe façam”.

Ser sincero hoje não é mais uma opção. É obrigação. Neste caso eu não posso ofertar, no texto, escolhas. Não há opções a apresentar para configurar o valor de “verdade”, que poderiam ser algo como concordar parcialmente ou discordar. Sinceridade é um atributo que deve ser incorporado aos gens de todos os seres humanos. Isso porque no mundo atual não há mais espaço para sobreviver muito tempo a base de mentiras, falsidades. Isso faz da vida algo insuportável quando é preciso lidar com pessoas desonestas, mascaradas, arrogantes, falsas, que jogam com os outros como se fossem brinquedos. A alma humana é um tesouro que todos devem respeitar.

HONESTIDADE - E Honestidade, como classificá-la? Pergunto: Você, leitor é honesto?  Sim (   ) – Não (   ) – Às vezes (   ). Depois, mais uma pergunta: Alguém gosta de ser classificado como desonesto? Eu penso que não. Honestidade é algo mais intrínseco, profundo, está ligado ao caráter, ao conjunto de valores e crenças que se adquire ao longo da vida.

Mas voltando ao valor elevado “Honestidade”, diz-se que ser honesto requer incorporar a verdade pessoal e analisar as atitudes e tomadas de decisões para ver se podem ser melhoradas/aperfeiçoadas. Requer ser sincero nas atitudes; congruente nos pensamentos, sentimentos e ações; e assumir atitudes honestas diante da vida, das pessoas. Ser honesto é estar conectado com algo maior, tais como: o senso ético; o valor de justiça; o senso de humanidade; o respeito e o amor pelas pessoas.

Por fim, eu acredito que ser honesto requer pensar e atuar de forma a gerar melhorias e igualdade no meio que nos abraça. Ser honesto é colocar-se à disposição das necessidades individuais, mas, sobretudo, à disposição das necessidades que fazem de nós seres humanos. E, nesse aspecto, deve-se, sempre, agir da melhor forma. A vida é única e ser bom, correto, honesto, leal, não requer malabarismos ou metáforas. É a vida dentro da própria vida.

DICAS DE GRAMÁTICA

À FOLHA 22 ou ÀS FOLHAS 22, PROFESSORA?

- Juiz acreano pede informação sobre o uso correto: "O depoimento da testemunha encontra-se à folha 22, a folhas 22, as folhas 22 ou às folhas 22 do processo?" Meritíssimo, as duas primeiras formas podem ser utilizadas.

A história dessa expressão começa com a locução adverbial "a folhas tantas", que quer dizer "a certa altura, em dado momento". O autor do livro "Locuções adverbiais" (Curitiba: UFP, 1985) exemplifica assim: D. Maria a folhas tantas avocou o processo a si. A mulher a folhas tantas pôs-se a chorar. Daí a substituir a palavra "tantas" por um número foi um pulo. Alguém resolveu fazer assim e acabou se tornando tradição na área jurídica.

Transcrevo observação do gramático Napoleão Mendes de Almeida: "Na linguagem forense se diz a folhas vinte e duas – significa “a vinte e duas folhas do início do trabalho” como quem diz “a vinte e duas braças”. O mesmo se diga de"a páginas vinte e duas".

O usual, nos processos, é escrever abreviado:

  • a fls. 20 / a fls. 11 e 12 / a fls. 1 a 5 [nestes casos também se usa de fls. x]

Mas nada impede que se adote a expressão de acordo com as normas gramaticais, distinguindo-se então o singular à [para uma só folha] do plural às [várias folhas]:

  • O depoimento se encontra à fl. 3 do processo.

· Citado às fls. 3 a 9 ou às fls. 11 e 12 do processo.

A propósito, vale notar que é equívoco usar a expressão "a fls." ou "de fls." (assim sem o n°) como equivalente ou substituto para "conforme peça juntada aos autos / na petição inicial/ nos autos" ou similar. Por exemplo, em vez de dizer Condeno o réu a entregar o imóvel descrito a fls. ao reivindicante, diga Condeno o réu a entregar o imóvel descrito na petição ao reivindicante.

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Luísa Galvão Lessa – É Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montréal, Canadá; Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Membro da Academia Brasileira de Filologia: Membro da Academia Acreana de Letras; Pesquisadora Sênior - CAPES

A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.