Andei pelo mundo, caminhei, naveguei,
Mas em ti eu não mais pensei,
E agora, neste recomeço, sem tropeço,
Eu já nem penso em ti…
Mas por vezes eu me indago,
Todas as vezes que falo,
Se deixei de lembrar de ti.
A lembrança presente na mente,
Os fatos diante dos olhos,
A certeza dos dias somente,
Do viver sem nenhum imbróglio,
Longe de questão inquietante,
Das palavras ditas sem portfólio,
Fico a ler a Divina Comédia de Dante.
Ah! Que alívio! Não mais os telefonemas,
Nem os sinais dos duvidosos fonemas,
Das frases feitas, sem direção ou tema,
Ganhar a serenidade do meu poema,
Fazer cada dia um novo alvorecer,
Sem nada para chorar ou temer,
Distante da prolixidade de inquieta alma,
Hoje na glória de mão em palma.