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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

A DOR DA PERDA AFETIVA





Nós, seres humanos, fracos ou fortes, sofremos dores de perdas durante a nossa vida e essas dores deixam marcas profundas, cicatrizes que, por vezes, nunca se fecham, sangram por toda eternidade. E isso não é uma circunstância nova, pois na  trajetória existencial esse sentimento de perda afetiva acompanha as pessoas desde tempos remotos. E, no correr do tempo, acumulamos perdas de natureza variada, que ficam gravadas na memória. Umas pessoas sofrem mais que outras. Essa dor não tem uma nota igual para todos, há quem viva na indiferença. Mas não são dessas pessoas que fazemos referências. Falamos dos seres normais, que cultivam e guardam amor, afeição, carinho e ternura.
A verdade incontestável é que nós, humanos, ainda não aprendemos a lidar com a experiência de perda afetiva e os efeitos emocionais dela decorrentes. Em cada nova experiência, a gente se depara com o impacto do momento e revive a dor sentida em situações pretéritas, embora o palco dos acontecimentos seja outro. Mas as lembranças ficam guardadas na memória e afloram em novos momentos, em situações similares.
No cenário de nossas vidas a separação e o amor continuam sendo conceitos vagos e complexos, cuja experiência deixa uma marca indelével nas mentes e corações. Não aprendemos quase nada com a dor da perda e o desafio do amor, à medida que levamos de uma vida para outra um padrão emocional-comportamental repleto de pensamentos fixos e sentimentos arraigados ao passado.
Este "estado de coisas" revela, nas entrelinhas, que nós deixamos de aprender com a experiência de sofrimento, e que devemos, portanto, nos aprofundar nesse conceito para compreender o significado do amor em nossas vidas. Significado que passa pela superação dos sentimentos de dependência, apego e posse, que interfere nas relações das pessoas com elas mesmas e com o mundo ao seu redor.
Talvez por essa complexidade de sentimentos, os gregos estudaram o amor e perceberam a sua escala evolutiva em forma de estágios. O primeiro é chamado Porneia - o amor-matéria. O segundo - o Eros,  o amor sentimental, a busca da felicidade a dois, sendo a forma de amor mais comum no atual momento evolutivo da humanidade. O terceiro estágio - Philia, o amor da maturidade e da reciprocidade. É quando não se nutre mais a ilusão que o outro pode nos preencher, pois a felicidade é uma decorrência natural de nossa completude, de nossa realização pessoal e vocacional. O quarto estágio é o Ágape -  o amor incondicional, sem escolha. É o amor divino.
Nota-se que a percepção apurada, em relação ao amor, é a peça do mecanismo que altera o estado de coisas de uma vida. E, neste sentido, a ciência está aquém das exigências de uma mente em conflito, pois o amor não depende e não se apega a situações efêmeras. Falta à ciência do comportamento humano, a sutileza e a profundidade que encontra na Filosofia e no Espiritualismo, no sentido de vincular passado e presente numa perspectiva de futuro.
Ademais, é fato que o ser humano é muito frágil diante da dor de perda. No campo afetivo esse sentimento é avassalador, deixa-nos impotentes, aturdidos na busca por respostas, quando se tem a alma dilacerada, inconsciente na incompreensão da vivência do amor, tão arraigada e profunda, nos fundamentos de nosso viver.
E toda essa dor humana, que aqui falamos, decorre da perda do Amor. E esse amor tão decantado é concebido de variadas maneiras. Aqui, toma-se o pensamento de Cardella (1994) como “um estado e um modo de ser caracterizado pela integração e diferenciação de um indivíduo, que lhe permite ver, aceitar e encontrar o outro como único, singular e semelhante na condição de humano” (p.16).
Para Zinker (2001), o amor tem significados diferentes em diversos momentos de vida de uma pessoa, porém a experiência de se apaixonar e a necessidade de fusão continuam sendo um enigma essencial que não depende das palavras. Há um reconhecimento de que não se é inteiro sem o outro, não se é pleno em si mesmo, mas também inexiste um reconhecimento do outro como pessoa inteira. Assim diz esse autor:
A união é como alquimia ao juntar as coisas e criar uma nova forma. Na alquimia, os nossos ancestrais tentavam juntar metais opostos na tentativa de fazer ouro. Isto, em certo sentido, é o que pensamos a respeito da aliança de noivado e casamento (p.198).
Assim, quando há uma quebra nessa relação de amor, por uma das partes, é provocado no outro uma dor que talvez se inscreva entre as mais difíceis de suportar – se admitirmos que podemos suportá-la enquanto seres “normais”. Vejamos o que diz Caruso (1988):
Não por acaso, em todos os mitos religiosos, o estado idealizado de dor ‘absoluta’ após a morte física do pecador é equiparado à separação absoluta do objeto amoroso. O reino das sombras – o inferno – apresenta-se como o lugar da dissociação, da ausência e da separação eterna; só os deuses e semi-deuses podem superar as leis da existência e descer a esse reino, para libertar os amantes esperançosos. Na representação cristã da condenação eterna, a própria essência dessa condenação encontra-se na dor provocada pela separação dos amantes (isto é, na separação do amor
absoluto personificado em Cristo) e no desespero daí decorrente (p. 13).
 Percebe-se, então, que a separação amorosa não é um acontecimento raro, vivido por poucos, é uma das experiências mais dolorosas na vida do ser humano. A separação, para quem vivia uma relação de amor, assemelha-se a uma mutilação. Schettini (2000) conta que a separação “é como se, perdendo o outro, ter-se-á perdido uma parte de si. Produz-se uma ‘descompensação’” (p. 44). O rompimento pode provocar sentimentos de rebeldia ou conformação, vai depender da história de vida do indivíduo e o seu condicionamento específico (CARUSO, 1988).
Compreende-se, então, que o significado do ato de perder o amor é o desaparecimento, o extravio, a desgraça, a destruição. Assim sendo, a perda é uma agressão ao senso de integridade da pessoa. Ela é um trauma que ameaça o equilíbrio total, sobretudo quando a perda é irreversível. Necessitamos, pois, de muita fé, autoconfiança, determinação, para vencer a dor da perda afetiva.
Sabemos, todavia, que sendo o amor verdadeiro é diferente da paixão, ele não se concentra em coisas fúteis e pequenas, ele se preocupa com o grande, com os sentimentos, com os benefícios que o relacionamento traz, mas o amor verdadeiro não é necessariamente eterno. Muitas vezes, um amor verdadeiro morre quando uma das partes envolvidas quebra a confiança existente. Assim é a vida, assim atua nosso coração, assim é o Amor, cruel é a perda dele.

 DICAS DE GRAMÁTICA

QUANDO USAR “TRAZ” e TRÁS, PROFESSORA?
- Trás – com “s” e acento, é advérbio de lugar e vem sempre introduzido por preposição. Parte posterior. Ex. Seguir em frente, sem olhar para trás.
- Traz – com “z”, terceira pessoa do verbo trazer. Ex. O dólar furado! Esse filme me traz lembranças da juventude!



terça-feira, 22 de novembro de 2016

ESSE SENTIMENTO CHAMADO AMOR


Na escola aprendemos que o amor é um sentimento abstrato, que não podemos pegar, apalpar, só sentir, vivenciar. A palavra amor tem sua origem no latim, amor, tal como conhecemos, e na língua portuguesa assume muitos outros significados, podendo ser um sinal de: compaixão, afeição, atração física que pode convergir em paixão ou um bem querer. Também ganha o significado de misericórdia, desejo sexual. Também pode ser entendido como no sentido familiar, amor de pai, amor de mãe, entre irmãos. Amor em latim tem mais duas variações que recebem o mesmo significado, dilectio e charitas. Uma palavra tão pequenina, mas tão rica e com tantos desdobramentos, é isso que ele significa, uma amplitude maior do que não podemos mensurar.
Os gregos também tinham palavras para definir amor: Eros, o amor expresso em uma forma física; Pragma, aquele que procura o lado prático da coisa, simbolizado por aquela pessoa que só entra em um relacionamento se tiver certeza que vai conseguir algum objetivo prático; Philia, cujo significado é generosidade, altruísmo, o contrário de pragma, aquele que pensa antes no outro.
Robert Stenberg (1998), psicólogo norte-americano, formulou uma teoria triangular do amor, a qual engloba três componentes distintos: a intimidade, a paixão e o compromisso. No que toca à intimidade, de caráter mais emocional, estamos diante de uma relação de confiança mútua que inclui a proteção e a necessidade de estarmos perto do outro. É através da intimidade que duas pessoas compartilham as suas experiências pessoais e o que mais íntimo há de si. A paixão, que se baseia essencialmente na atração sexual, envolve um sentimento irreprimível de estar com o outro. Por sua vez, o compromisso é a expectativa de que o relacionamento dure para sempre, numa intenção de comprometimento mútuo.
Na Psicologia, o amor é definido como sendo não simplesmente o gostar em maior quantidade, mas sim um estado psicológico qualitativamente diferente. Isto porque, ao contrário do gostar, o amor inclui elementos de paixão, proximidade, fascinação, exclusividade, desejo sexual e uma preocupação intensa.
Mais tarde, professores de psicologia da Texas Tech University Susan Hendrick e Clyde Hendrick criaram a Escala de Atitudes Amorosas, a partir dos seis tipos de amor classificados por Alan John Lee os pesquisadores observaram as relações interpessoais correlacionadas.
Ágape: o altruísmo em forma de amor, esse é verdadeiramente espiritual, sem necessidade de ser retribuído, existe para ajudar o próximo.
Psique: um sentimento superior, quase espiritual, fundamentado na mente e nos sentimentos filosóficos.
Ludus: um jogo, jogo onde só pode haver um vencedor ou que brinca com os sentimentos da pessoa amada.
Eros: o mais próximo do que conhecemos por paixão, fundamentado na beleza física, nas aparências.
Storge: o amor que surge com o tempo, muitas vezes se inicia por uma amizade que vai amadurecendo, com sentimentos e gostos semelhantes.
Pragma: um amor mais egoísta, pragmático que surge geralmente com um objetivo, com uma necessidade que beneficia apenas uma pessoa.
Mania: onde a emoção fala mais forte, muito instável e se aproxima do sentimento de paixão que pode evoluir para um ciúme doentio e sentimento de posse.
Psicologismos à parte, o que será, entre nós, sabedores do senso-comum, o amor? Será uma mistura entre loucura e paixão, sentimentos que centralizam o nosso pensamento única e exclusivamente na pessoa que amamos? Ou será um sentimento de desejo incontrolável que nos torna incessantemente ansiosos por estar com o outro, numa troca recíproca de carinho, afeto, confidências, palavras e olhares? De fato, o amor pode ser uma conjugação de todos estes aspectos, em que nenhum é dispensável, mas todos são imprescindíveis.
Numa tentativa de simplificar a definição de Amor, os psicólogos sociais recorreram à definição de seis diferentes formas de amar. São elas seis: 1) o amor romântico - envolve paixão, unidade e atração sexual mais usual na adolescência; 2) o amor possessivo - determinado pelo ciúme, provocando emoções extremas; 3) o cooperativo - nasce de uma amizade anterior, sendo alimentado por hábitos e interesses comuns; 4) o amor pragmático - característico de pessoas ensinadas a reprimir os seus sentimentos, o mais possível, sendo estas relações desprovidas de qualquer manifestação de carinho; 5) o lúdico – baseia-se na conquista e na procura de emoções passageiras; 6) o amor altruísta - praticado por pessoas dispostas a anular-se perante o outro, tendendo a "isolar-se num mundo onde, na sua imaginação, só cabem os dois ainda que o outro pense e atue exatamente ao contrário".
Há quem defenda que o amor é uma história construída ao longo da vida que, no correr do tempo, transpõe a mera atração física, passando para uma preocupação com o bem-estar do outro para o seu próprio bem-estar. Manifesta-se numa influência mútua, no qual a (in) felicidade de um causa a (in) felicidade do outro. A paixão e o desejo tendem a não ser tão intensos, fortalecendo-se antes a cumplicidade, a intimidade e o companheirismo.
Vejo, por meio de tantas leituras, que nenhum amor é eterno. Isso significa que se Shakespeare, Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Camões, não fizeram poemas com juras eternas, nem amores eternos, quem criou essa coisa de “para sempre” fomos nós humanos. Nenhum amor é eterno, por isso mesmo a pessoa tem que aproveitar todos como se fossem, porque cada amor é único, tem que ser vivido da forma mais intensa possível, todos os dias tem que ser guardado na memória como um sentimento sublime.

DICAS DE GRAMÁTICA
Uso de “MAU” ou “MAL”
MAU é o oposto de “bom”, como no exemplo: “Eu sou mau. Vou para o inferno”
MAL é o oposto de “bem”, como no exemplo: “Ele fala muito mal“. Ele não fala bem.



quinta-feira, 10 de novembro de 2016

PORTUGUÊS VERSUS INGLÊS



        Uma língua é fundamentalmente um fenômeno oral. Nunca é demais recordar a importância da forma oral da língua. A forma escrita é mera decorrência da língua falada. Estudar pronúncia é olhar para aquilo que não se enxerga, mas que é a essência da língua.
Por isso mesmo, diferentes línguas podem ter dois códigos de comunicação totalmente diversos; ou, em alguns casos, até mesmo concepções diferentes de interação humana como resultado de profundas diferenças culturais. Este é, por exemplo, o caso do idioma japonês, quando comparado a qualquer uma das línguas europeias. É necessário ter uma mente japonesa, dizem, para se poder falar japonês corretamente - o que sem dúvida é verdadeiro.
Felizmente as diferenças entre português e inglês não são tão profundas. Devido a origens comuns - a cultura grega, o Império Romano e seu idioma, e a religião Cristã - todas as culturas europeias e suas línguas podem ser consideradas muito próximas no contexto amplo das línguas do mundo. Poderíamos, por exemplo, dizer que a língua espanhola é quase irmã gêmea do português; a língua italiana, sua meia-irmã; o francês, seu primo; e o inglês, talvez um primo de segundo grau.
Além das origens comuns que diminuem diferenças culturais, semelhanças linguísticas entre inglês e português ocorrem, predominantemente, apenas no plano de vocabulário, quando na forma escrita. Estruturação de frases e, especialmente pronúncia, apresentam profundos contrastes. Numa análise superficial das diferenças no plano da pronúncia, podemos relacionar as seguintes diferenças:
CORRELAÇÃO PRONÚNCIA x ORTOGRAFIA: A primeira grande dificuldade que logo salta aos olhos (e aos ouvidos) do aluno principiante é a difícil interpretação oral das palavras escritas em inglês. No português, a interpretação oral de cada letra é relativamente clara e constante e, no espanhol, é quase perfeita esta correlação. No inglês, entretanto, não apenas é pouco clara e às vezes até muda, como altamente irregular. Ex: literature [lItrâtshuwr], circuit [sârkât]. Ver Correlação Ortografia x Pronúncia.
RELAÇÃO VOGAIS x CONSOANTES: O inglês faz um uso do sistema articulatório e exige um esforço muscular e uma movimentação de seus órgãos, especialmente da língua, significativamente diferentes, quando comparado à fonética do português. A articulação de muitos sons do inglês bem como de outras línguas de origem germânica, pode ser facilmente classificada como sendo de natureza difícil. Isto está provavelmente relacionado ao fato de que o inglês é rico na ocorrência de consoantes enquanto que o português é abundante na ocorrência de vogais e combinações de vogais (ditongos e tritongos). Ex: December is the twelfth month of the year. / Eu vou ao Uruguai e o Áureo ao Piauí. / Eu sou europeu.
SINALIZAÇÃO FONÉTICA: O inglês é uma língua mais econômica em sílabas do que o português. O número de palavras monossilábicas é muito superior quando comparado ao português. Ex:
beer / cer-ve-ja
book / li-vro
car / car-ro
dream / so-nho
head / ca-be-ça
house / ca-sa
milk / lei-te
speak / fa-lar
trip / vi-a-gem
white / bran-co
wife / es-po-sa
write / es-cre-ver
            Além disso, a média geral de sílabas por palavra é inferior, pois mesmo palavras polissilábicas e de origem comum, quando comparadas entre os dois idiomas, mostram uma clara tendência à redução em inglês. Ex:
gram-mar / gra-má-ti-ca
mo-dern / mo-der-no
na-ture / na-tu-re-za
te-le-phone / te-le-fo-ne
com-pu-ter / com-pu-ta-dor
prin-ter / im-pres-so-ra
air-plane / a-vi-ão
psy-cho-lo-gy / psi-co-lo-gi-a
            Em frases, este fenômeno tende a aumentar. Ex:
Let's-work (2 sílabas)
I-like-be-er (4 sílabas)
How-old-are you? (4 sílabas)
I-want-cof-fee-with-milk (6 sílabas)
Did-you-watch-that-mo-vie?
(6 sílabas)
Va-mos-tra-ba-lhar (5 sílabas)
Eu-gos-to-de-cer-ve-ja (7 sílabas)
Quan-tos-a-nos-vo-cê-tem? (7sílabas)
Eu-que-ro-ca-fé-com-lei-te (8 sílabas)
Vo-cê-as-sis-tiu-à-que-le-fil-me? (10 sílabas)
Estudos de fonoaudiologia demonstram que a baixa média de sílabas por palavra do inglês se traduz numa dificuldade maior de percepção por oferecer uma menor sinalização fonética bem como menos tempo para decodificar a informação. Isto se traduz também num grau de tolerância inferior para com desvios de pronúncia. Ver Sinalização Fonética.
NÚMERO DE FONEMAS: Outra diferença fundamental é encontrada no número de fonemas vogais. Devido à economia no uso de sílabas, o inglês precisa de um número maior de sons vogais para diferenciar as inúmeras palavras monossilábicas. Enquanto que português apresenta um inventário de 7 vogais (não incluindo as variações nasais), no inglês norte-americano identifica-se facilmente a existência de 11 fonemas vogais. Logicamente a percepção e a produção de um número maior de vogais do que aquelas com que estamos acostumados em português representará uma grande dificuldade. Veja-se, para contribuir mais, vogais do português e do inglês.
Encontram-se, também, diferenças no plano dos sons consoantes. Além de rico na ocorrência de consoantes, o inglês possui um número maior de fonemas consoantes. Estudos fonológicos normalmente classificam 24 consoantes em inglês contra 19 no português. Além disso, consoantes em inglês podem ocorrer em posições que não ocorreriam em português. Veja-se, também, Consoantes do Português e do Inglês.
ACENTUAÇÃO TÔNICA: Acentuação tônica de palavras é outro aspecto que representa um contraste importante entre português e inglês. A forma predominante de acentuação tônica de uma língua influi significativamente na sua característica sonora. Enquanto que em português encontramos apenas 3 tipos de acentuação tônica - oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas, - sendo que a acentuação paroxítona é a predominante, em inglês encontramos pelo menos 5 tipos de acentuação tônica e nenhuma predominante. Veja-se, ainda, acentuação tônica das palavras em inglês e em português.
 RITMO: O ritmo da fala também é uma característica importante da língua. Enquanto                        que o português é uma língua syllable-timed, onde cada sílaba é pronunciada com certa                     clareza, o inglês é stress-timed, resultando numa compactação de sílabas, produzindo                    contrações e exibindo um fenômeno de redução de vogais como consequência. Vejam-se mais sobre este tema em ritmo e fenômeno das reduções de vogais.
Qualquer estudo de diferenças fonéticas entre inglês e português, bem como o estudo da correlação entre a ortografia e a pronúncia do inglês, mesmo que superficiais, servem de evidência de que não há aprendizado de inglês se não houver intenso contato com a língua na sua forma oral.
Seria mais eficaz proporcionar ao jovem 3 ou 4 anos de contato com a língua falada, na escola de ensino fundamental, do que os 7 ou 8 anos de contato com a língua escrita (predominantemente tradução e gramática) atualmente oferecidos no ensino médio e escolas superiores.

DICAS DE GRAMÁTICA
COMO USAR “A PRINCÍPIO” ou “EM PRINCÍPIO”, PROFESSORA?
- EM PRINCÍPIO é o mesmo que “em tese”, “de um modo geral”, como na frase “Em princípio, achei você uma pessoa muito legal”
- A PRINCÍPIO significa “começo”, “início”, como na frase “A princípio, achei você uma pessoa muito legal. Mas depois percebi que me enganei.”
 DEMAIS ou DE MAIS?
- DEMAIS pode ser usado como advérbio de intensidade no sentido de “muito”, e também como pronome indefinido no sentido de “outros”. Como na frase “A situação deixou os demais candidatos chateados demais!”
- DE MAIS é o oposto de “de menos” e são sempre referidos a um substantivo ou pronome. Exemplo: “Existem candidatos de mais para eleitores de menos“.
A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.