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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

AQUARELA DE AMOR











Se eu te falo de amor,
É pra ti anjo amado,
Porque dentro em mim há muito ardor,
Por esse sentimento a ti doado.

Se eu te faço hoje um poema,

És para mim um belo tema,
Inspirador de novelas de cinema,
Que cá dentro do peito é meu lema.

Desejo que esse amor ecoe por toda a vida,
Na hora da chegada e  da despedida,
Que eu seja tua eterna namorada,
E contigo possa ficar em noite enluarada.

Este poema é pra ti, ser amado,
Amor da minha vida,
Meu príncipe encantado.

 
Que eu seja a tua cinderela,
A moça mais bonita,
No quadro em aquarela.

 

ONDE MORA A FELICIDADE?



         Um dos temas mais importantes de toda a história da humanidade é a Felicidade. Ninguém ousou dizer ser o dono da verdade sobre uma definição precisa, pois mesmo os grandes gênios da Filosofia sabiam da dificuldade em definir essa tão procurada felicidade. Por isso é bom caminhar na trilha de alguns sábios, para que se possa revelar seus pensamentos e certezas acerca de tal compreensão e definição.
         Desde os primórdios da Filosofia, a natureza foi o referencial para as explicações da humanidade. E, de certa forma, a única verdade para aqueles que viveram esse tempo é a esperança de encontrar, nos preceitos filosóficos, um caminho para se buscar a felicidade. E, embora esses sábios não dominassem os mistérios da natureza, eles buscavam, nos fenômenos naturais, uma resposta para suas inquietações interiores.

Compreende-se a Filosofia, enquanto ciência, como a técnica da vida. E técnica é fazer algo que a pessoa já fazia com menos esforço e mais qualidade. A Filosofia existe para que as pessoas possam viver melhor, sofrer menos e lidar mais serenamente com as adversidades. A missão essencial da Filosofia é tornar viável a busca da felicidade.

Dessa forma, todos os grandes pensadores sublinharam esse ponto. A Filosofia que não é útil na vida prática pode ser jogada no lixo. Alguém definiu os filósofos como os amigos eternos da humanidade. Nas noites frias e escuras que enfrentamos, no correr dos longos dias, eles podem iluminar e aquecer. A Filosofia apoia e consola. "O ofício da filosofia é serenar as tempestades da alma", escreveu o sábio francês Montaigne (1533-1592). Numa outra definição magistral, Montaigne definiu a Filosofia como a "ciência de viver bem".

Há muitas definições e algumas delas estão aqui no texto. Para Sócrates o "conhece-te a ti mesmo" é a chave para a conquista da felicidade. Para Platão a noção de felicidade é relativa à situação do ser humano no mundo, e aos deveres que aqui lhe cabem. Para Aristóteles a felicidade é mais acessível ao sábio que mais facilmente basta a si mesmo, mas é aquilo que, na realidade, devem tender todos os seres humanos das cidades, vilas, povoados.

Avista-se, então, independente do pensamento socrático, platônico ou aristotélico, a felicidade, embora possível e fonte de busca incansável, não pode ser encarada como realização final da existência, ou seja, a última cereja do doce, pois, se for assim, não encontrá-la significa ficar com fome. E fome é algo muito ruim.

Para Aristóteles, a felicidade é relatada como sendo um bem supremo tanto para os vulgos quanto para os homens de cultura superior, considerando-a como o bem viver e o bem agir. Outros identificam a felicidade com o bem e com o prazer e, por isso, amam a vida agradável. Para a modernidade, felicidade seria um estado afetivo ou emocional de sentir-se bem ou sentir prazer. Para Aristóteles, ter felicidade ou ser feliz é usar a razão como propriedade e fazer de tal modo que isso se torne uma virtude. Segundo o filósofo, a felicidade é o bem mais nobre e mais desejável entre os homens, chegando a identificá-la como "uma atividade da alma em consonância com a virtude."

De outro lado, para alguns teóricos, a felicidade é pautada na existência de outra pessoa em nossa vida. Aí, então, a felicidade fica muito complexa e difícil para alcançar. Colocar os sonhos/realizações/desejos nos ombros de outro ser, não só castiga quem recebe essa incumbência, como escraviza quem faz isso.

A busca pela felicidade, embora possa ser feita em conjunto, trás uma realização pessoal. Se é para ser feliz, é preciso ser por conta própria. Do contrário, não se é feliz nunca. Então, compreender realmente o que seja felicidade para um indivíduo é, de certa forma, ver nas atitudes humanas, ora na sua cultura, ora em seus pensamentos, a sua necessidade, ou seja, aquilo que realmente se precisa para ser feliz. Muitas são as respostas de como se chegar à felicidade.

Albert Einstein, por exemplo, disse certa vez: "se quer viver uma vida feliz, amarre-se a uma meta, não às pessoas nem as coisas", pois sabia que as paixões destroem a liberdade do ser e o apego às coisas desvirtualiza uma pessoa. Também, alguém disse que a felicidade é algo bastante relativo, pois depende, incondicionalmente, da visão de necessidade de cada indivíduo, ou seja, a felicidade, para um capitalista, é acumular riquezas; já para um socialista-comunista é reparti-la; para um estudante, a felicidade seria construir conhecimento; para um analfabeto, saber ler e escrever; para um colecionador, completar a sua coleção; já para um amador iniciante, ter a primeira peça e assim por diante. Nessa linha de raciocínio, infere-se que o ser humano entendia e entende a Felicidade como a satisfação do "Eu-querer".

À luz dos dicionários, a Felicidade “é qualidade ou estado de feliz; ventura, contentamento”. Feliz é o ser ditoso, afortunado, venturoso. Contente, alegre, satisfeito. “Que denota ou em que há alegria, satisfação, contentamento”.

Existem diferentes abordagens ao estudo da felicidade - pela Filosofia, pelas religiões ou pela Psicologia. E a resposta mais concreta a essa pergunta “ O quê é a felicidade?”, pode ser assim dada: A felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude estão ausentes. Abrange uma gama de emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo. A felicidade tem, ainda, o significado de bem-estar espiritual ou paz interior.

Contudo, toda essa definição do que seja felicidade não está completa. Isso porque a felicidade plena e absoluta não existe. Também não existe receita, manual que possa dar garantia plena de se viver 100% feliz. A busca é por mais momentos e sensação de felicidade. Descobrindo suas necessidades, suas metas, como e quando alcançá-las, saber reconhecer limite, respeitando e se fazendo respeitar, sabendo diferenciar você do outro, é um começo. E nessa busca, cabe a cada pessoa criar a sua receita e escrever o seu manual do que é a SUA sensação de FELICIDADE.

 

DICAS DE GRAMÁTICA

Alguns casos de uso de hífen, professora?

1. Sim, quando o segundo termo iniciar por H.

- Anti-higiênico, extra-humano, super-homem, micro-história.

2. Quando o prefixo terminar com a mesma consoante que se inicia o segundo termo.

- Inter-relação, super-realista, hiper-racionaliza, hiper-romântico.

3. Usa-se hífen após o prefixo sub se o próximo termo iniciar com R.

- Sub-regional, sub-raça, sub-racial, sub-região.

4. Caso o prefixo termine em vogal e o segundo termo comece com essa mesma vogal.

- Anti-inflamatório, anti-inflacionário, micro-ondas, micro-organismo, auto-observação, contra-ataque.

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Luísa Karlberg - É Presidente da Academia Acreana de Letras; Membro Fundadora da Academia dos Poetas do Acre; Membro da Academia Brasileira de Filologia; Membro da International Writers and Artists Association (IWA), sediada na cidade de Toledo, Ohio, USA. Coordenadora da Pós-Graduação em Língua Portuguesa (Campus Floresta; Doutora em Língua Portuguesa pela UFRJ; Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montréal, Canadá; Pesquisadora DCR do CNPq; Grã-Chancelar da medalha J.G. de Araújo Jorge, pela Academia Juvenil Acreana de Letras; Embaixadora da Poesia pela Casa Casimiro de Abreu.
A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.