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quarta-feira, 6 de julho de 2016

O BEM-ESTAR E A FELICIDADE NO MUNDO PÓS-MODERNO







Nós, seres humanos, sempre lutamos na vida para alcançar um bem supremo que é a FELICIDADE. Mas poucas pessoas sabem dizer o que seja essa tão sonhada felicidade. É ter saúde, ter dinheiro, ter bens materiais? Afinal, o que é essa tal Felicidade? O certo é que a temática da felicidade é pouco estudada, cientificamente, existindo por diversas perspectivas socioculturais, desde a os filósofos antigos como Sócrates, Aristóteles, Platão, Montaigne, Schopenhauer e Nietzsche.
Uma criança não se preocupa, ainda, com a felicidade, ela quer ter pais, comer, brincar,  amigos. O futuro não está presente na mente, ela vive o dia a dia, rotineiramente. Mas à medida que cresce os objetivos a alcançar na vida começam a aflorar. Aí começa a preocupação com  uma vida feliz, a busca e a manutenção  da felicidade.
Indaga-se, então, o que vem a ser a felicidade, e quais sensações provoca em nós humanos? Numa abordagem possível, na brevidade deste texto, para se discutir a ideia de Felicidade, é que esta pode ser entendida como plenitude,  que, por sua vez, pode ser correlacionada a uma dimensão ética do viver. Essa dimensão está pautada em valores éticos, pessoais e subjetivos e menos ligada à satisfação imediata, ao consumismo/materialismo.
Esses valores éticos dos quais se fala, devem ser entendidos como sinais de maturidade psicológica. Uma pessoa madura, psicologicamente, é capaz de estabelecer relações nas quais há influência mútua, sem perda da identidade. É, ainda, capaz de  reconhecer-se como uma pessoa individualizada, em harmonia com seus próprios desejos, anseios, ambições, potencialidades e objetivos.
Nessa perspectiva, a felicidade não está relacionada a bens materiais, mas a valores amadurecidos e enraizados nas pessoas. E cada ser humano possui um podo peculiar de olhar e sentir a vida.Aquilo que é bom e agradável para uns pode não ser para outros.E o mundo pós-moderno mudou, significativamente, o comportamento das pessoas.
Esse mundo pós-moderno é identificado, em muitos aspectos, por um crescente desapego nas relações interpessoais, individualismo exagerado, cultura do hedonismo e do consumismo e um desinteresse pelos fenômenos sociais, o que demarcam as subjetividades em uma realidade do consumo. Estas subjetividades, reeducadas pela velocidade das mudanças e a sobrecarga de informações do mundo pós-moderno, apresentam uma instabilidade dos desejos e uma insegurança que influem numa busca, em um consumo constante, como forma de sustentação para proporcionar felicidade.
Então, a felicidade, neste contexto, torna-se um dever, onde diversos objetos são tomados como possibilidade para alcançá-la, perpetuando um ideal ilusório de completude, numa felicidade mascarada, ou seja, ilusória, forjada em uma ideia de pronta e infinita, ressignificando valores como o amor, fé e amizade.
Frente a tantos ideais novos, diversos tipos de objetos são ofertados como sendo aqueles que proporcionarão a felicidade para a atual sociedade consumista, sendo estes objetos um meio transitório de minimizar o desprazer. As pessoas querem preencher o tempo, as angústias, a ansiedade e as carências com coisas materiais ou momentos prazerosos.
O prazer é, sem dúvida, a essência básica da felicidade advinda da realização de desejos e da alegria experimentada. Contudo, nem sempre quando uma pessoa experimenta prazer, através de algum objeto que investiu, sente um bem-estar, podendo esse sucesso ser algo penoso, porém mantido para que assim essa pessoa possa estar inscrita, socialmente, e consumindo o que os demais consomem. É uma felicidade aparente e transitória, nos momentos em que um desejo é satisfeito.
O desejo, então satisfeito, gera um contentamento, uma sensação de bem-estar. E se a pessoa está contente com aquilo que realizou, diz-se então que está alegre, ou seja, manifesta contentamento, júbilo. E esta alegria é  um tipo de ação feliz, embora não seja a felicidade. Apesar de haver uma relação entre elas, “a felicidade e a alegria, não são a mesma coisa”: A alegria é uma expressão, uma felicidade cortada, uma parte em relação com o real.
Sócrates acreditava que uma pessoa virtuosa é feliz, compreendendo que não sofreria com os males da vida nem com a morte. Aristóteles coloca a felicidade como o fim último dos atos humanos, e que para se chegar a ela é necessário viver segundo a razão. Toda ação, segundo ele, “tem como objetivo um bem qualquer, por isto tudo tende ao bem”, havendo “coisas boas em si mesmas e coisas úteis que dependem de algo mais”.
Para Freud (1996), a felicidade consiste na satisfação casual de grandes necessidades, possível, sob uma forma transitória e episódica, que não exclui da vida do sujeito às adversidades, pelo contrário, reserva-lhe uma miséria comum e cotidiana, característica da condição humana que nada tem a ver com um propósito divino.
A perspectiva de Freud sobre a Felicidade parte de sua leitura, na juventude e na maturidade de filósofos como Platão e Aristóteles, Michel de Montaigne, Schopenhauer e Nietzsche. De certa forma todos esses filósofos atribuíam à vida desafios de diversas ordens, que confrontavam o ser humano com a frustração, sofrimento e decepção, a partir do momento do nascimento, deixando cicatrizes que são impossíveis de apagar.
Finaliza-se o texto com o pensamento do filósofo grego Epícuro, dizendo que a verdadeira felicidade, está pautada no prazer, ou seja, na  “ausência de dor no corpo (aponia) e a falta de perturbação da alma (ataraxia)”, e não ao prazer desregrado que alguns difundem em detrimento de uma razão que aprofunda as motivações e escolhas, rejeitando futilidades e prazeres fugazes que apenas trariam dores e perturbações na vida das pessoas. Importa, na vida, o bem-estar que pode ser resumido em felicidade!

DICAS DE GRAMÁTICA
São uma hora da tarde ou É uma hora da tarde, professora?
- Não se pode esquecer uma regra básica:  o verbo deve concordar com as horas, sendo assim, o correto é dizer é uma hora da tarde, assim como é correto dizer são duas horas da tarde, são três horas da tarde e assim por diante.
São meio-dia ou É meio-dia?
- O verbo "ser" neste caso concorda com "meio", metade de uma unidade.A construção correta é meio-dia.

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A vida da gente é feita assim: um dia o elogio, no outro a crítica. A arte de analisar o trabalho de alguém é uma tarefa um pouco árdua porque mexe diretamente com o ego do receptor, seja ele leitor crítico ou não crítico. Por isso, espero que os visitantes deste blog LINGUAGEM E CULTURA tenham coerência para discordar ou não das observações que aqui sejam feitas, mas que não deixem de expressar, em hipótese alguma, seus pontos de vista, para que aproveitemos esse espaço, não como um ambiente de “alfinetadas” e “assopradas”, mas de simultâneas, inéditas e inesquecíveis trocas de experiências.